O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), diz estar "conversando" para cumprir a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) que ordena que as polícias militares dos estados e do Distrito Federal (DF) têm 24 horas para desfazer os acampamentos bolsonaristas em frente a quartéis das Forças Armadas.
“Estamos falando com o Comando Militar do Leste (CML) desde ontem [domingo, 8]. Há uma recomendação do Ministério Público Federal neste sentido também. Mas aqui no Rio é diferente, pois eles não estão em uma via pública, mas em um espaço dentro do CML. Então estamos conversando para que a decisão seja cumprida”, afirmou Castro, nesta segunda-feira (9/1), em entrevista o programa da TV Globo Bom dia Rio.
No Rio, os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro estão acampados na Praça Duque de Caxias, em frente à sede do Comando Militar do Leste. A área fica na Avenida Presidente Vargas, a mais movimentada do Centro — e a alguns metros da Central do Brasil, terminal dos trens de passageiros do Grande Rio, e do comércio popular da Saara.
Enquanto Castro relatava conversas no sentido de cumprir a decisão de Moraes, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), comunicou, também na manhã segunda, que o ninho bolsonarista montado no centro carioca será desfeito até a noite.
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Acampamentos em Brasília
Na capital federal, cidade onde foram registradas cenas de terrorismo no domingo (8/1), o acampamento de bolsonaristas vem sendo desmontado pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) em parceria com a Força Nacional.
A participação de agentes federais na operação ocorre porque, desde a noite de domingo, a segurança do DF é controlada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Capelli, nomeado interventor pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.
Segundo Dino, a decisão de federalizar a segurança da capital federal ocorreu por causa do descontrole das forças do DF em normalizar a ordem pública.
Os manifestantes saíram do acampamento em frente ao Quartel General do Exército, no Setor Militar Sul, por volta de 13h30, em direção à Esplanada, com cartazes de: “Forças Armadas, cumpra seu julgamento” e “Para libertar o Brasil do comunismo”. Apesar de não terem sido cadastrados junto à Secretaria de Segurança Pública, a pasta garantiu que os atos públicos seriam monitorados de maneira integrada entre as forças de segurança e outros 29 órgãos.
Ibaneis afastado
Diante do fato de a PMDF perder o controle da manifestação bolsonarista e, com isso, permitir que criminosos vandalizassem os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por 90 dias.
Na decisão, publicada na madrugada desta segunda por Moraes, o magistrado cita o que chamou de descaso e omissão por parte de Ibaneis Rocha e do então secretário de Segurança do DF Anderson Torres - exonerado na tarde de domingo, durante os ataques criminosos de terroristas bolsonaristas.
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