Uma das últimas entidades a demonstrar indignação contra os atos terroristas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que invadiram, depredaram e saquearam as sedes dos Três Poderes, em Brasília, a Federação Nacional das Indústrias de São Paulo (Fiesp) emitiu uma nota, na noite deste domingo (8/1), reiterando a defesa da democracia e do Estado de Direto.
"A resposta de repúdio da sociedade tem de ser contundente, apoiando a aplicação mais severa dos termos da lei aos agressores da democracia e da civilização. Todos, sem exceção, que tomaram parte nesta absurda sedição precisam ser punidos", afirmou o presidente Fiesp, Josué Gomes da Silva, no comunicado. O empresário é filho de José de Alencar, ex-vice-presidente dos dois primeiros madatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em viagem a Araraquara, no interior paulista, o presidente interrompeu a visita às vítimas de enchente para criar um gabinete de crise para, em seguida, condenar os atos terroristas e decretar intervenção federal na capital do país.
Tradicional reduto bolsonarista, quando presidida pelo empresário Paulo Skaf, que ficou 17 anos no comando da entidade, a Fiesp lamentou o que chamou de "graves eventos" que foram alertados no ato cívico de 11 de agosto de 2022, no Largo São Francisco, quando diversas entidades da sociedade civil, incluindo a entidade patronal, subscreveram o documento "Em Defesa da Democracia e da Justiça".
"O Estado de Direito foi ferido. A invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, neste domingo, por vândalos equiparados a terroristas é consequência dos sólidos antecedentes, não apenas retóricos, que indicavam o desenvolvimento de uma trama com intenções golpistas", acrescentou o presidente da Fiesp, que assumiu o cargo em julho do ano passado.
"O pior aconteceu, e alguns subversivos hostis aos fundamentos do Estado de Direito marcharam sobre a Capital Federal neste domingo com o intuito de provocar, pela força da violência, um golpe contra a Constituição e contra os poderes da República, em suas expressões mais simbólicas e representativas", lamentou.
No fim da nota, Josué Gomes ainda reforçou uma frase do texto do documento "Em Defesa da Democracia": “A estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios.”
Além da Fiesp, várias entidades do setor produtivo condenaram a invasão à Praça dos Três Poderes, como CNI e Febraban, que exigiu "firme reação do Estado".