Em entrevista após a primeira reunião ministerial do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira (6/1), o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que, apesar da polêmica envolvendo a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, tal assunto “não tem nada de relevante” e “não está na agenda do governo”. Daniela é alvo de acusações de ligação com a milícia.
A ministra, que é filiado ao União Brasil, apareceu em fotos ao lado de Juracy Alves Prudêncio, o Jura, condenado e preso por chefiar uma milícia na Baixada Fluminense, e sua esposa, a ex-vereadora Giane Prudêncio.
Segundo Rui Costa, contudo, o caso de Daniela, que esteve presente no encontro de hoje, não foi abordado na reunião ministerial. "Esse assunto não tem nada de relevante, substantivo, que justifique qualquer preocupação, neste momento, do governo. E, portanto, isso não está na agenda do governo", garantiu.
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Além das fotos que vinculariam Daniela ao casal, o marido da ministra, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, o Waguinho (também do União Brasil), é apontado como próximo dos dois. Nas redes sociais, a ex-vereadora Giane aparece ao lado da nova ministra em atos da campanha para a Câmara dos Deputados.
Desgaste
O caso da chefe da pasta do Turismo gerou, de pronto, um desgaste para o novo governo. Na abertura da reunião de hoje cedo, Lula deu um claro recado de que “quem fizer errado” será demitido e responderá na Justiça. “Todo mundo sabe da nossa responsabilidade, todo mundo sabe que a nossa obrigação é fazer as coisas corretas, é fazer as coisas da melhor forma possível. Quem fizer errado, sabe que tem só um jeito: a pessoa será, simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo. E se cometeu algo grave, a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria justiça.”
Outro desgaste inicial foi causado por uma declaração do ministro da Previdência, Carlos Lupi, em que defendia revogar a reforma das aposentadorias. Segundo Costa, o assunto também não está em pauta. Foi ventilado que um dos motivos da reunião ministerial seria justamente o alinhamento dos discursos — o que, talvez, resultaria em um "puxão de orelha" de Lula em seus ministros.
Ao ser questionado se de fato houve alguma chamada de atenção, o ministro da Casa Civil negou, e disse que todos ainda estão "arrumando a casa". "É como um excelente técnico que convoca seus atletas para uma seleção. De início, ele não vai direto ao campo. Um técnico, em primeiro lugar, leva seu time para o auditório e uniformiza a equipe com aquilo que ele está pensando de estratégia, de ritmo. Coloca seus convocados juntos para ele definir as diretrizes, as prioridades. O objetivo da reunião não foi em hipótese alguma fazer algum reparo", frisou.
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