Jornal Correio Braziliense

NOVO GOVERNO

Alckmin defende reindustrialização com desenvolvimento sustentável

Ao tomar posse como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, também comentou sobre visita feita ao presidente da CNI, Robson Andrade, ontem. Na ocasião, foi entregue um documento com 14 sugestões de medidas a serem tomadas ainda nos primeiros 100 dias de governo

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tomou posse, nesta quarta-feira (4/1), como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços e Inovação (MDIC). A pasta havia sido extinta no início da gestão de Jair Bolsonaro (PL), passando ao status de Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, vinculada ao ministério da Economia. Alckmin agora ficará responsável pela articulação do setor produtivo com o governo federal e pela formulação de políticas de desenvolvimento econômico.

Também estiveram presentes na solenidade o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, além de parlamentares ministros do Judiciário. Em discurso, Alckmin agradeceu Lula pela indicação.

“Agradeço a Lula e brasileiros e brasileiras que confiaram voto na nossa aliança e chapa tornaram possível o resultado das eleições e o novo governo. A hora é de agradecimento e compromisso com a sociedade civil, trabalhadores, indústria, comércio, setor de serviços, compromisso com nossos colaboradores, analista do comércio exterior e outras carreiras essenciais para a máquina governamental. A valorização da nossa missão passa pela valorização dos nossos quadros de pessoal”.

O ministro também defendeu a reindustrialização e a retomada do desenvolvimento sustentável.
"A hora é de união e de reconstrução como dita o nosso lema desde o último domingo. União porque o esforço de reindustrializar o Brasil agregando mais valor e de incluir não são tarefas episódicas, mas de todo o governo. E de reconstrução", apontou.

"Lula determinou a recriação do MDIC como uma medida fundamental para o Brasil retomar o caminho do seu desenvolvimento como já ocorreu em seus governos bem sucedidos. A reindustrialização é essencial para que possa ser retomado o desenvolvimento sustentável e que essa retomada ocorra sob o prisma da justiça social. A indústria brasileira precisa urgentemente retomar seu protagonismo expandido participação no PIB. Graves mudanças climáticas, covid e guerra na Europa indicam premência de política de reindustrialização consensuada com o setor produtivo”, completou.

Alckmin defendeu ainda a redução da emissão de gases do efeito estufa, baixo carbono e tecnologia limpas. “O Brasil pode ser e será o grande protagonista no processo de descarbonização ambiental”.
O acúmulo de funções não significa que Alckmin irá receber dois salários da União. Em casos como este, prevalece o valor do cargo mais alto. Os valores foram reajustaria pelo Congresso Nacional no final deste ano.

O vice-presidente fez uma visita ao presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, ontem. Na ocasião, foi entregue um documento com 14 sugestões de medidas a serem tomadas ainda nos primeiros 100 dias de governo. Entre os pedidos estão a criação de uma nova política industrial focada na transição para uma economia de baixa emissões de carbono, o avanço de uma reforma tributária e a recriação de sistemas de financiamento a exportações e inovação.

Quem é Geraldo Alckmin

Geraldo Alckmin foi governador de São Paulo por quatro vezes. É um dos fundadores do PSDB, mas deixou o partido no final de dezembro de 2021, após mais de três décadas, para compor a chapa de Lula à Presidência da República.

Formado em medicina, Alckmin tem 70 anos e ingressou na política há 50 anos. Ao longo dessas décadas, assumiu vários cargos eletivos: foi vereador, prefeito de Pindamonhangaba – sua cidade natal – deputado estadual, deputado federal, vice-governador e governador de São Paulo.

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