O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom), decretou o fim dos muros e "cercadinhos" e o combate às fake news e a desinformação no novo governo, com “união e reconstrução”.
“Faremos de cada ato nosso a reestruturação de conceitos básicos de comunicação. Nos últimos anos, ergueram-se muros, barreiras e cercadinhos. Poucos falaram muito, nem sempre com qualidade no que diziam. Esse tempo acabou”, afirmou Pimenta, nesta terça-feira (3/1), durante a cerimônia de transmissão de cargo, realizada no Palácio do Planalto. Ele ainda defendeu o resgate do papel inclusivo da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
Em seu discurso para as autoridades, parlamentares e demais convidados presentes, o jornalista e deputado disse que pretende ouvir o povo brasileiro com dignidade. “Não haverá muros, nem cercadinhos. Os jornalistas terão toda a liberdade para exercer a sua atividade”, garantiu ele, em referência às barreiras levantadas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cercearam o trabalho dos jornalistas que não pertenciam aos veículos apoiadores do antigo governo.
Ele ainda assegurou o acesso dos profissionais de imprensa às fontes e aos porta-vozes dos governo e que hoje, “são tratados muitas vezes de formas desrespeitosa”. “Esses profissionais serão tratados com respeito e não vamos manter sigilo sobre informações", afirmou. Ele ainda garantiu “liberdade absoluta e transparência das informações” relativas ao governo.
De acordo com integrantes da nova Secom, há uma surpresa generalizada em relação ao grande número de militares trabalhando na assessoria de imprensa e que, até agora, eles ainda continuam vindo trabalhar no Palácio.
Enquanto isso, a equipe de segurança está fazendo uma varredura no prédio antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltar ao gabinete presidencial. Até no comitê de imprensa foi feita uma varredura, segundo o pessoal da assessoria, que ainda não recebeu o relatório. Por enquanto, ainda não há uma data certa de quando o presidente retornará à antiga sala no terceiro andar do Palácio do Planalto.
Pimenta ainda destacou que o Brasil voltará a estar aberto ao diálogo internacional, e para isso, também terá como desafio restaurar a imagem do país no exterior, especialmente, junto aos jornalistas estrangeiros. “É preciso que nossos representantes voltem a conversar com a imprensa estrangeira para recuperar o protagonismo internacional”, afirmou ele, assegurando que o novo governo não vai governar com ressentimento.
No início do discurso, Pimenta agradeceu a presença da mãe, a professora aposentada Rita, que compareceu à cerimônia vestida de vermelho e, em especial, reforçou a homenagem à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que aceitou o convite para assistir ao evento. O ministro ainda defendeu que está em curso uma “reparação histórica” sobre a importância da democracia e para a ex-presidente. “Estamos agora superando, mas a senhora merece e terá de nossa parte essa homenagem e nosso reconhecimento”, disse.
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