O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se emocionou durante discurso de posse neste domingo (1°/1) ao falar sobre a fome que voltou a assolar o Brasil.
"Há muito tempo, não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas. Mães garimpando lixo em busca de alimento para seus filhos. Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo. Crianças vendendo bala ou pedindo esmola, quando deveriam estar na escola vivendo plenamente a infância a que têm direito", disse.
Com a voz embargada, Lula citou brasileiros desempregados no país pedindo ajuda nos semáforos, segurando cartazes de papelão. "Trabalhadores e trabalhadoras desempregados, exibindo nos semáforos cartazes de papelão com a frase que nos envergonha a todos: 'por favor, me ajuda'", disse, perdendo a voz.
O petista foi ovacionado por uma multidão de apoiadores na Praça dos Três Poderes. E retomou a fala, citando filas de pessoas em açougues a procura de ossos para se alimentarem. "Fila na porta dos açougues, em busca de ossos para aliviar a fome. E, ao mesmo tempo, filas de espera para a compra de jatinhos particulares. Tamanho abismo social é um obstáculo à construção de uma sociedade justa e democrática, e de uma economia próspera e moderna", concluiu.