A Transparência Internacional divulgou, nesta terça-feira (31/1), o Índice de Percepção da Corrupção 2022, em que aponta que o Brasil perdeu cinco pontos entre 2012 e 2022, saindo da 69ª para a 94ª posição. Segundo o levantamento, o resultado é um retrato do “desmanche” promovido pelo governo Bolsonaro de marcos legais e institucionais anticorrupção.
O relatório mede a percepção sobre corrupção em 180 países, em uma escala que vai de 0 a 100, e a colocação do Brasil é considerada ruim. “Os 38 pontos alcançados pelo país em 2022 representam um desempenho ruim, e o coloca abaixo da média global (43 pontos), da média regional para América Latina e Caribe (43 pontos), da média dos BRICS (39 pontos) e ainda mais distante da média dos países do G20 (53 pontos) e da OCDE (66 pontos)”, aponta o documento.
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A instituição publicou, ainda, o documento Retrospectiva Brasil 2022, em que destaca a interferência do ex-presidente em órgãos de controle para “blindagem própria, de familiares e aliados e captura de órgãos de Estado para interesses políticos, com destaque para a PGR (Procuradoria-Geral da República), PF (Polícia Federal), PRF (Polícia Rodoviária Federal), Abin (Agência Brasileira de Inteligência), GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República), Receita Federal, CGU (Controladoria-Geral da União), Ministério da Justiça e Segurança Pública e Forças Armadas”, afirma o texto.
Omissão
Outro ponto destacado foi a omissão da PGR frente às conclusões apresentadas pela Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) da Covid-19, ao desmanche dos órgãos de proteção ambiental e indígena, ao crescente movimento antidemocrático, aos ataques de Bolsonaro e aliados às instituições democráticas, bem como ao desmonte do Ministério Público Federal para enfrentamento da “macrocorrupção”.
O orçamento secreto foi apontado como um componente do cenário, pois, segundo o relatório, “pulverizou a corrupção com recursos federais, jorrando para pequenos municípios sem capacidade de controle e distorceu a competição eleitoral, favorecendo aliados políticos com acesso desigual e secreto aos recursos orçamentários”.
Fake news e redução “drástica” da transparência e acesso à informação, condenação de ex-integrantes da Operação Lava-Jato e o apoio do ex-juiz Sergio Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol “à candidatura extremista e antidemocrática de Jair Bolsonaro, desvirtuando o significado da causa anticorrupção como luta por direitos”, também foram levantados como agravantes do cenário.
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