Uma reunião na manhã desta segunda-feira (30/1) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, tratou sobre o cenário desolador do povo indígena Yanomami. A maior reserva indígena do Brasil, que está há semanas no centro das discussões políticas, recebeu a visita do chefe do Executivo no último dia 21.
Presente no encontro, que consta na agenda oficial da Presidência da República, a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana (Rede-RR), confirmou ao Correio por ligação, sem dar mais detalhes, que o compromisso ocorreu em torno de ações pró-Yanomami de maneira integrada com outros ministérios.
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Deputada em fim de mandato, a parlamentar disse que está prevista a publicação de nota do Planalto sobre o assunto ainda nesta segunda-feira. Na reunião eram esperadas as participações dos ministros José Mucio (Defesa), Silvio Almeida (Direitos Humanos), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais); além do comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno; e do secretário-executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa.
Os presentes saíram do Planalto sem falar com a imprensa. A reportagem procurou a assessoria do governo federal para confirmar se todos estiveram na agenda, mas não teve retorno até a publicação deste conteúdo.
Garimpo
A situação do povo Yanomami ganhou repercussão dentro e fora do Brasil, após as imagens de indígenas ganharem as redes sociais e as capas de jornais com pessoas em situação de desnutrição grave, em razão, sobretudo, do garimpo ilegal que domina o território indígena em Roraima.
Segundo levantamentos citados em ações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2020, pelo menos 570 índios Yanomamis faleceram em decorrência das atividades que espalham contaminação por mercúrio no local. O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é acusado de ser negligente com o cenário, com apontamentos que passam por genocídio e omissão de socorro.
Há uma investigação corrente na Polícia Federal (PF) a pedido do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e uma denúncia de parlamentares do PT na Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem a prerrogativa de, após análise da peça, enviar um processo de abertura de inquérito ao Supremo.
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