JUDICIÁRIO

Atos antidemocráticos: restauração do STF corre contra o tempo

Peças históricas e artísticas do Supremo estão sendo restauradas para o início do ano judiciário

Henrique Lessa
postado em 24/01/2023 13:27 / atualizado em 24/01/2023 13:27
 (crédito: Divulgação/STF)
(crédito: Divulgação/STF)

As peças históricas e artísticas do Supremo Tribunal Federal (STF) que foram danificadas nos atentados terroristas do dia 8 seguem em processo de restauração dentro da própria Corte. Com um cronograma que corre contra o tempo, os servidores da instituição esperam garantir que na retomada dos trabalhos, marcada para 1º de fevereiro, a maioria das obras tenha voltado para os seus lugares originais.

Na organização do trabalho, objetos que fazem parte do térreo do STF, local onde está o Plenário da Corte, foram os primeiros a serem restaurados, buscando a recuperação total do Plenário para a sessão solene que marca a abertura dos trabalhos do ano judicial.

O laboratório de restauro do STF informa que 30 peças já passaram pelo processo e a expectativa é que o resto dos itens dos ambientes do andar térreo sejam finalizados até o final deste mês. O restauro se dá em obras de arte, mobiliário, presentes de chefes de Estado estrangeiros entre outros objetos.

No momento, o trabalho ocorre na recuperação de cadeiras do Plenário da Corte, nas poltronas do Salão Nobre, e em quadros e fotografias. Também passa por restauração o Brasão da República, que fica acima do móvel que guarda a réplica da Constituição de 1988 e a escultura A Justiça, de Alfredo Ceschiatti.

Na etapa seguinte a atenção será ao Salão Nobre, local onde os ministros recebem autoridades estrangeiras que visitam a corte. O local, no segundo andar do prédio, foi um dos mais destruídos pelos golpistas e tem a maior quantidade de itens a serem recuperados. Com móveis e documentos históricos, assim como presentes de autoridades estrangeiras, como vasos de porcelana chinesa que foram partidos no ataque do dia 8. Dessa forma o espaço será um dos maiores desafios para os servidores do Tribunal.

Em nota, o gerente de Preservação e Restauração do STF, Marcos Antônio de Faria, disse que o valor perdido com a destruição das peças é inestimável, “Não é possível quantificá-las, uma vez que foram destruídas obras de arte e presentes de chefes de Estado”, apontou.

O grupo de sete profissionais que cuidam da restauração conta com a cooperação técnica de uma força tarefa de restauradores dos três poderes além da assistência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Os profissionais limpam e avaliam os danos das obras antes de iniciar o processo em cada peça.

O STF pretende realizar no futuro uma exposição ao público com as peças que forem restauradas, segundo o Tribunal, algumas peças, como alguns vasos de porcelana ou cerâmicas, entre outros, não poderão ser restaurados pois foram partidos em pedaços muito pequenos, o que impossibilita, mesmo com recuperação de todos os pedaços, sua recomposição. Mas apontam que a maioria das peças será possível recuperar.

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