O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a falar, nesta segunda-feira (23/1), sobre o papel das Forças Armadas e apontou que as corporações não servem a um político, mas sim à nação. A declaração ocorreu após encontro com o presidente argentino, Alberto Fernández, na capital daquele país.
Lula comentou ainda sobre a nova escolha para comandante do Exército. No último dia 21, ele demitiu o general Júlio César de Arruda do cargo e escolheu o comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. O petista caracterizou que Paiva “pensa exatamente" como ele sobre as atribuições das FA.
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"O que vou dizer não é só para militares. Penso que todos da carreira de Estado brasileiro não podem se meter na política no exercício de sua função, porque essa gente tem estabilidade, essa gente não pertence a nenhum governo, essa gente pertence ao Estado. Portanto, elas precisam aprender a conviver democraticamente com qualquer pessoa que esteja na Presidência”, apontou.
"O Itamaraty não tem que servir ao Lula, tem que servir a qualquer outro presidente. E assim vale para os militares. Não têm que servir ao Lula”.
O chefe do Executivo também comentou sobre os ataques terroristas ocorridos no último dia 8 de janeiro em Brasília, caracterizou os atos como um “fenômeno” e disse que Bolsonaro conseguiu maioria em todas as Forças, mas que o Brasil voltará à normalidade.
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“Aconteceu um fenômeno no Brasil. Se pedir para que eu explique, não sei explicar. Mas Bolsonaro conseguiu maioria em todas as Forças Militares, da Polícia dos estados, a PRF, uma parte da PM e uma parte das Forças Armadas, isso é reconhecido por qualquer cidadão que faça política no Brasil. Agora temos um papel de muita responsabilidade que é fazer com que o país volte à normalidade e as Forças policiais e militares voltem à normalidade”, continuou.
Lula disse ainda ter tido uma boa conversa com o novo comandante do Exército. “Escolhi um comandante do Exército e não foi possível dar certo. Tirei e escolhi outro comandante. Tive uma boa conversa com ele e ele pensa exatamente com tudo que tenho falado sobre as Forças Armadas. Elas não servem político, ela não existe para servir um político. Existe para garantir a soberania do nosso país, sobretudo contra possíveis inimigos externos e para garantir tranquilidade ao povo brasileiro e fazer outras coisas em função de desastres que possam acontecer no nosso país. Está claro na Constituição. O que aconteceu é que Bolsonaro não respeitou a Constituição e nem as Forças Armadas. Tenho certeza que vamos colocar as coisas no lugar e o Brasil vai voltar à normalidade”.
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