O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), usou o perfil no Twitter para comentar a operação de busca e apreensão, feita pela Polícia Federal, da qual foi alvo ontem. Ele declarou que a ação mostrará sua "completa inocência" no caso dos atos golpistas em 8 de janeiro, em Brasília.
"A operação realizada em minha casa, no meu gabinete e até no escritório do qual estou licenciado há mais de 4 anos vai mostrar minha completa inocência em relação aos lamentáveis fatos do último dia 8 de janeiro", escreveu.
Ele disse nada temer, porque não teve envolvimento com a manifestação terrorista. "Não há nada que possa me ligar aos golpistas que atacaram os três Poderes. Eu sempre me comportei de modo a colaborar com as investigações e mantenho a mesma postura. Cheguei a fazer um depoimento espontâneo à Polícia Federal, mostrando que não há o que temer", enfatizou. A oitiva espontânea ocorreu na semana passada. Nela, o governador negou conivência com os atos violentos.
Ibaneis disse acreditar na elucidação de todo o caso e frisou estar pronto para prestar as informações que forem necessárias. "Mantenho a fé em nosso sistema Judiciário e a certeza de que tudo restará esclarecido", ressaltou. "Estou afastado do Distrito Federal exatamente para que o trabalho dos policiais e da Justiça transcorra sem qualquer óbice, sempre à disposição para novos esclarecimentos."
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Mais cedo, em nota, os advogados Alberto Toron e Cleber Lopes, que fazem a defesa de Ibaneis, afirmaram considerar que a busca na residência do gestor e no escritório dele, "embora inesperada, posto que o governador sempre agiu de maneira colaborativa em relação à apuração dos fatos em referência, certamente será a prova definitiva da inocência do chefe do Executivo do Distrito Federal".
Em entrevista à CNN, Toron destacou que as provas colhidas pela Polícia Federal devem colaborar para provar a falta de ligação entre Ibaneis e a permissividade das autoridades com as ações de vandalismo. "Não acreditamos que esses ambientes, que são ambientes dele, a casa, o trabalho, tenham qualquer coisa que possa comprometê-lo, por uma razão muito simples: a posição dele é muito clara nesse episódio. Tanto é verdade, que ele pediu para prestar depoimento."
O defensor avaliou que a operação "transcorreu dentro da normalidade" e que houve plena colaboração de Ibaneis. De acordo com Toron, o termo de arrecadação — documento enviado pela polícia após uma busca e apreensão especificando quais itens foram levados do local-alvo — ainda não foi enviado, logo, a equipe jurídica não tem informação do que interessou à PF.
O advogado disse que a omissão partiu das forças de segurança. E lembrou que o governador afastado reconheceu a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e colaborou com o governo de transição.
A defesa do ex-secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal Fernando de Sousa Oliveira afirmou que ele confia "na Justiça e na higidez na condução das investigações que, irrefutavelmente, apontam para a sua inocência". Lembrou, ainda, que Oliveira entregou, de maneira voluntária, o celular para análise da Polícia Federal.
*Estagiário sob a supervisão de Cida Barbosa
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