O Ministério da Justiça identificou ao menos oito militares da ativa lotados no Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, que compareceram a atos antidemocráticos no acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília. As informações foram obtidas pela Folha de São Paulo e publicadas nesta sexta-feira (20/1).
Os militares estavam alocados em especial no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O general Augusto Heleno, um dos principais aliados de Bolsonaro, liderava o gabinete na época.
O dossiê, produzido durante a transição de governo, é um compilado de documentos que mostram que os militares eram ativos em grupos de WhatsApp em que foram compartilhadas mensagens com teor golpista e ameaças ao então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Alguns dos militares confirmaram à Folha a ida ao acampamento, mas disseram que foram sem farda e negaram que tenham se manifestado politicamente ou apoiado posições antidemocráticas e violentas.
Segundo a reportagem, o conteúdo do dossiê revela que esses militares ‘encorpavam’ os atos antidemocráticos em frente ao QG do Exército. Pelo menos um afirmava intenções violentas contra petistas. Alguns, inclusive, eram integrantes da própria segurança pessoal do então presidente Bolsonaro. Eles aparecem, sem farda e geralmente com camisa da Seleção Brasileira em fotos no QG compartilhadas nos grupos. Além disso, eles encorajaram outros colegas a irem após o expediente com suas famílias para o local.
Um dos militares que aparecem nas fotos e estava no GSI quando foi aos atos no acampamento, disse que daria um tiro na cabeça do próprio irmão se ele “fizesse o L” - gesto característico dos eleitores de Lula, conforme revelou a Folha.
Exonerações
Nesta quinta-feira (19/1), o governo federal ampliou a lista de militares dispensados das funções de segurança da Presidência da República. O Diário Oficial da União de ontem publicou a exoneração de 14 integrantes das Forças Armadas que estavam atuando no Gabinete de Segurança Institucional. A reportagem do Correio apurou que oito desses 14 nomes são, possivelmente, dos militares citados no dossiê.
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