Congresso Nacional

Lira não tem concorrentes na disputa pela presidência da Câmara

Junto da escolha da Mesa Diretora está a definição dos blocos parlamentares, que passam a ter privilégios regimentais como a escolha de nomes para presidir CCJ e CMO

Kelly Hekally - Especial para o Correio
postado em 18/01/2023 20:53
 (crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
(crédito: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Faltando menos de 15 dias para a votação, as eleições da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados estão praticamente consolidadas — pelo menos com relação à Presidência, posto para o qual Arthur Lira (PP-AL) deve ser reconduzido. Além do presidente, o pleito definirá os dois vices e quatro secretários com seus respectivos suplentes. 

"Até o momento, ninguém se apresentou", afirma ao Correio um dos líderes da Câmara ao ser questionado sobre possíveis concorrentes de Lira, internado nesta quarta-feira (18) em razão de uma crise renal. Antes de Lira, Rodrigo Maia (PSDB-RJ) também foi reconduzido ao cargo, entre 2016 e 2021. O parlamentar chegou a tentar ocupar a Presidência pela terceira vez seguida, mas foi barrado pelo Judiciário.

Junto da escolha da Mesa Diretora está, via de regra, a definição dos blocos parlamentares, que passam a ter privilégios regimentais na definição, por exemplo, de nomes para presidir a Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJ) e a Comissão Mista e Orçamentária (CMO), que terá este ano o presidente vindo do Senado e o relator-geral, da Câmara.

Também nas negociações para compor a Mesa fica a divisão de relatorias de matérias importantes ao Governo e ao Legislativo, o que aponta que haverá disputa ferrenha pela Reforma Tributária, que segundo Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, será enviada ao Congresso pelo mês de abril.

A costura trará, provavelmente, um parlamentar simpático ao governo Lula (PT), pela relevância do tema, promessa de campanha nas Eleições 2022 do petista. A reportagem apurou que partidos dialogam na Câmara para não deixar que os blocos sejam constituídos de maneira a concentrar as siglas mais numerosas da Casa a alinhadas politicamente - PL, PP, PSD e União Brasil - e outros menos numerosos - como PSDB - o que ensejaria força política das legendas para negociar com o governo no momento de aprovar matérias importantes a Lula, potencializando o chamado "toma lá dá cá".

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