MILITARES

"Eu não via soldado, só gente entrando", diz Lula sobre ataques do dia 8

Segundo o presidente, todos que participaram dos atos serão punidos e terão que ser afastados das suas funções para responder perante a lei

Maryanna Aguiar — Especial para o Correio
postado em 18/01/2023 20:48 / atualizado em 18/01/2023 21:02
 (crédito: GloboNews/Reprodução)
(crédito: GloboNews/Reprodução)

O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), concedeu entrevista a Natuza Nery, da GloboNews, nesta quarta-feira (18/1), onde comentou sobre a participação militar nos ataques aos Três Poderes no dia 8 de janeiro. O Presidente afirmou que todos os militares que participaram dos atos considerados golpistas serão punidos: “Todos que participaram do ato golpista serão punidos. Todos. Não importa a patente, não importa a força que ele participe”, disse Lula.

Em sua declaração, Lula disse que ao acompanhar a situação dos ataques em Brasília, fez um telefonema ao General Gonçalves Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), questionando “a onde estariam os soldados (militares)”, pois pelas imagens era possível identificar os invasores conseguindo, com facilidade, invadir o Palácio do Planalto.

“Eu não via soldado, só gente entrando, eu não via soldado reagindo, ele (Gonçalves) dizia que estava mandando soldados, que tinha chamado soldados e esses soldados não apareciam. Eu fiquei irritado porque não era possível a facilidade com que as pessoas invadiram o Palácio do Presidente da República, e na verdade eles não quebraram (as portas) para entrar, eles entraram porque a porta estava aberta”, declarou, afirmando que houve conivência com os atos.

Questionado sobre sua relação com os militares após os atos antidemocráticos e dos acampamentos que ficaram em frente a quartéis generais do Exército, o Presidente foi firme em sua resposta e disse que haverá punição: “Todos que a gente descobrir que participaram dos atos serão punidos. Terão que ser afastados das suas funções e vão responder perante a lei”, disse Lula.

Lula também disse que é preciso “não politizar as Forças Armadas”, e que as instituições não precisam ter partido nem candidato: "Todo militar possui o direito de voto. Agora, como ele é um cargo de carreira, ele defende o estado brasileiro. Ele não é Exército do Lula, ele não é do Bolsonaro, não foi do Collor, não foi do Fernando Henrique Cardoso”, afirmou o presidente.

Lula também informou que em reuniões com comandantes das Forças Armadas Brasileiros, discutiu a necessidade do fortalecimento da indústria de defesa no Brasil, devido ao tamanho do país em extensão e população, e suas fronteiras terrestres e marítimas, para uma defesa ao Brasil de qualquer possível ataque. Lula também diz que está em diálogo com as Forças para elaborar um processo de reconstrução da capacidade produtiva, com o uso de tecnologia militar, criando uma indústria de defesa, segundo o presidente, “mais forte”.

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