ATOS EXTREMISTAS

Damares nega ligação com acusado de tentar explodir aeroporto de Brasília

Ex-ministra de Bolsonaro confirmou que terrorista ocupou o posto de assessor no ministério comandado por ela, mas negou convivência com golpista

Ana Mendonça - Estado de Minas
postado em 16/01/2023 17:45 / atualizado em 16/01/2023 17:45
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

A ex-ministra dos Direitos Humanos e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) condenou os ataques terroristas comandados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra os Três Poderes e negou conexão com o antigo assessor Wellington Macedo de Souza, apontado pela Polícia Federal como um dos autores da tentativa de atentado a bomba no aeroporto de Brasília.

Em nota divulgada nesta segunda-feira (16/1), Damares confirmou que o terrorista ocupou o posto de assessor na Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. "Repudio todas as tentativas levianas de associar minha imagem às ações dele e do grupo do qual faz parte”, afirmou a senadora eleita.

“O referido jornalista não era meu assessor direto. Trabalhou na área de comunicação da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente que, inclusive, funcionava em prédio diferente do Gabinete Ministerial”, escreveu a ex-ministra de Bolsonaro.

Além disso, Damares repudiou os ataques terroristas em Brasília. “Condeno atos de vandalismo, depredação do patrimônio público e de violência que coloque em risco a vida humana ou a sua integridade física.”

Ataque a bomba

O jornalista teve a prisão determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes por sua participação e organização em atos antidemocráticos, em 2021, retirou a tornozeleira eletrônica que o monitorava em liberdade assistida e, desde então, segundo a polícia, está foragido.

No último dia 10/1), Wellington Souza se tornou alvo de uma ação penal por crime de explosão, junto de de Alan Diego dos Santos Rodrigues e Washington de Oliveira Sousa - que chegou a ser preso e confessou a montagem da bomba que explodiria no aeroporto de Brasília.

Invasão aos Três Poderes

Vestidos de verde e amarelo, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) no domingo, 8/1. Estima-se que 4 mil pessoas participaram da ação em Brasília. Até terça-feira (10/1), cerca de 1.200 estavam detidas no QG do Exército.

Inconformados com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os bolsonaristas ocuparam os Três Poderes para pedir um golpe militar. Foram quebrados objetos históricos, obras de arte, móveis e vidraças. Houve invasão a gabinetes e roubo de documentos e armas.

Após o ataque, o presidente Lula decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. Horas depois, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu afastar Ibaneis Rocha do governo do DF por 90 dias.

Na segunda-feira (9/1), Lula e representantes de todos os estados fizeram reunião pela democracia. Depois, caminharam juntos do Planalto ao STF.

Também na segunda, os acampamentos de bolsonaristas golpistas foram enfim desmontados após ordem do STF. Mais de 1,2 mil foram detidos em Brasília. Concentrações também foram desfeitas em São Paulo, no Rio de Janeiro e em outras capitais. Na maioria dos casos, sem confrontos.

Até o momento, as investigações avançam e miram os financiadores dos ataques. O governo diz que pessoas de ao menos 10 estados bancaram ataques.

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