Mulheres na Diplomacia

Associação fundada nesta segunda quer mais mulheres na carreira diplomática

Com a presença do ministro Mauro Vieira, Irene Vida Gala se torna presidente da recém-formada Associação de Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB)

Ândrea Malcher
postado em 16/01/2023 15:39 / atualizado em 16/01/2023 22:13
 (crédito: Reprodução/YouTube)
(crédito: Reprodução/YouTube)

Com a presença do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi fundada, nesta segunda (16/1), a Associação de Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB), que teve ainda a participação da número dois da pasta, a embaixadora Maria Laura da Rocha.

Visando ampliar a participação de mulheres na carreira diplomática, a diplomata Irene Vida Gala tomou posse da presidência da iniciativa, que pretende aumentar canais de diálogo para que mais mulheres negras, indígenas, idosas e com deficiência.

Demonstrativo da necessidade da AMDB, dos 1557 diplomatas brasileiros, somente 23,2% são mulheres. No topo da carreira, entre ministros de primeira classe, há apenas 19,6%. O levantamento de dados é outro mecanismo que se pretende instaurar, a fim de que relatórios periódicos possam demonstrar a realidade de mulheres dentro do Itamaraty.

 

“Não há respostas fáceis, mas há possíveis. Estamos dispostas a buscar soluções em consultas com as associações de classe. Em particular, contaremos com a AMDB, com a Associação de Diplomatas Brasileiros (ADB) e com o grupo de mulheres diplomatas, esse coletivo informal que foi força motriz de tantas ações em prol da equidade de gênero no Itamaraty”, afirmou a secretária-geral das Relações Exteriores, Maria Laura Rocha.

Lembrando do Comitê Gestor de Gênero e Raça do Ministério, extinto em 2020, Rocha disse que a intenção é de que comitês específicos para tratar de gênero e raça sejam criados.

Negras, indígenas e com deficiência

Um dos pontos destacados durante a cerimônia foi o das desigualdades existentes entre homens e mulheres na carreira, mas além disso a disparidade para aquelas que são negras, indígenas e com deficiência. “As mulheres não são um grupo homogêneo. Uma mulher negra e indígena, por exemplo, enfrentará desafios diferentes daqueles enfrentados por suas colegas de etnia diversa, assim como aquelas com deficiência, pessoas LGBTQIA+ ou idosas.”

“Levando em consideração essa diversidade, buscaremos promover medidas de inclusão, com vistas à formação de um Itamaraty mais representativo e plural”, disse Rocha que enumerou, ainda, pilares deste processo, como mulheres em posição de tomada de decisão, em ambientes livres de discriminação e violência de gênero e política transversal em todas áreas do ministério.

Entre agradecimentos, durante a solenidade, a presidente da AMDB, Irene Vida, repudiou os ataques aos prédios dos Três Poderes do dia 8 de janeiro.

“Conquistamos esta plataforma privilegiada a fim de poder ecoar nossos propósitos, metas e convicções e nesse contexto, registro o absoluto repúdio das mulheres diplomatas brasileiras aos ataques às instituições democráticas do nosso país no domingo 8 de janeiro corrente”, pontuou.

Explicando que na ocasião ainda eram um grupo não oficializado, Irene disse que a associação representa uma “união em torno da intransigente defesa da democracia e do Estado de Direito de nosso país”. “Hoje, já associadas, podemos deixar aqui escritas nossa manifestação de repúdio àquela tentativa de golpe e outras que venham a surgir. E, ao mesmo tempo, reiterar nosso compromisso, como escrito em nosso estatuto, com o respeito e a promoção da democracia sempre.”

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