ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Idosa do "vou pegar o Xandão agora" já foi condenada por tráfico

Nas redes sociais, ela tem diversos perfis e exibe publicações que mostram o apoio a pautas bolsonaristas, como o voto impresso e a paralisação de caminhoneiros após as eleições de 2022

Maryanna Aguiar — Especial para o Correio
postado em 13/01/2023 15:48 / atualizado em 13/01/2023 16:57
 (crédito: Reprodução/redes sociais)
(crédito: Reprodução/redes sociais)

Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, 67, a "dona Fátima" de um famoso vídeo que está circulando nas redes sociais, gravado durante a invasão às sedes dos três Poderes no domingo (8/1), tem antecedentes criminais. Na gravação, ela diz estar "quebrando tudo" no Supremo e grita "vou pegar o Xandão agora!".

Apesar de o nome dela não constar na lista de presos divulgada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape), dona Fátima já foi condenada por tráfico de drogas com envolvimento de menor de idade em 2014. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), descrevendo que Fátima foi descoberta por policiais militares de Tubarão. 

No processo, Fátima se defendeu alegando que usuários de droga "invadiam" a casa dela e deixavam entorpecentes no local, porque ela realizava o aluguel de quartos como atividade para renda. Porém, os policiais testemunharam a senhora agindo ativamente, em campana realizada próxima ao imóvel dela. Os investigadores registraram a idosa negociando entorpecentes com usuários, indicando locais em que poderiam poderiam adquirir mais drogas. Dona Fátima utilizava os serviços de um adolescente para realizar a entrega do crack aos usuários.

O vídeo no Supremo foi gravado por outro invasor que demonstra o apoio aos atos: "Dona Fátima, de Tubarão, Santa Catarina, de 67 anos, tá quebrando tudo!", e a senhora responde "Vamos para a guerra, vou pegar o Xandão agora!", fazendo referência ao ministro Alexandre de Moraes.

Após a denúncia do MPSC, dona Fátima foi condenada a mais de 4 anos de prisão em regime semiaberto. Ela recorreu e acabou tendo a punição reduzida para 3 anos e 10 meses em restrições de direitos e prestação de serviços à comunidade. Nas redes sociais, ela tem diversos perfis e exibe publicações que mostram o apoio a pautas bolsonaristas, como o voto impresso e a paralisação de caminhoneiros após as eleições de 2022.

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