Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA) classificou as afirmações feitas pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) no início desta semana de “discurso de quem quer culpabilizar a vítima”. Com exclusividade ao Correio, Flávio Dino se defendeu das declarações do parlamentar bolsonarista de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alertou aos órgãos do governo federal, com 24 horas de antecedência, sobre a consolidação dos atos criminosos realizados no último domingo (8/1).
“Nós não podíamos imaginar que a Segurança Pública do DF ia se abster de seu dever constitucional. Repito”, reforçou Dino. O também senador diplomado usou o mesmo argumento em coletiva de imprensa na última segunda-feira (9) ao ser perguntado sobre a razão de o Governo do Distrito Federal ter ficado até o último momento com a responsabilidade da segurança da Esplanada dos Ministérios.
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Questionado pela reportagem sobre se o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que cuida da proteção de instalações presidenciais — como Planalto, Alvorada e Granja do Torto —, deveria ter sido reforçado, o ministro respondeu que “tudo que deveria fazer foi feito antes” por parte de sua pasta.
“Desde a semana passada, estava publicando ações do Ministério da Justiça [e Segurança Pública – MJSP] diante dos riscos, mas não nos competia naquela situação agir.” Ao comentar se as frases de Marcos do Val sinalizam o teor a ser dado pelo parlamentar na oposição no Senado, Flávio Dino respondeu: “Não sei. Nem conheço esse senhor. Não sei nem se ele é senador.”
O ataque
No último domingo, bolsonaristas extremistas invadiram prédios do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso Nacional e cometeram, entre outros crimes, prejuízos contra o patrimônio público. Em decorrência do ato terrorista, o DF está sob intervenção federal e inquéritos policiais estão ocorrendo.
No STF, tramitam ações que determinaram as prisões de participantes golpistas, bem como a do ex-ministro Anderson Torres, cuja casa foi alvo de busca e apreensões, e a do ex-comandante da Polícia Militar do DF (PMDF), coronel Fábio Augusto, ratificadas em plenário virtual da Corte nesta quarta-feira (11). Anderson Torres é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi exonerado do cargo de secretário de Segurança Pública do DF após as ações de domingo.
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