A deputada federal eleita Sílvia Waiãpi (PL-AP) criticou nesta quarta-feira (11/1) o inquérito aberto contra ela pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por incentivar a tomada das sedes dos três Poderes durante os atos terroristas do último domingo (8/1).
"Há pouco soube de uma abertura de inquérito contra mim. Confesso achar prematura tal reação por parte da PGR, mas não fujo às responsabilidades e não me furtarei em responsabilizar essas pessoas por denúncias caluniosas", declarou a deputada em nota enviada à imprensa.
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Nesta quarta, a PGR solicitou que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra inquéritos contra três deputados bolsonaristas por terem incentivado, nas redes sociais, os atos terroristas. Além de Waiãpi, são alvos André Fernandes (PL-CE) e Clarissa Tércio (PP-PE).
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), "postagens feitas por eles em redes sociais antes e durante as invasões podem configurar incitação pública à prática de crime (conduta prevista no art. 286 do Código Penal) e tentativa de abolir, mediante violência ou grave ameaça, o Estado Democrático de Direito".
Waiãpi postou, em sua conta no Instagram, um vídeo de autoria desconhecida, gravado em cima do Congresso Nacional, que mostrava a tomada do prédio pelos extremistas. Na legenda, a deputada escreveu: "Povo toma a Esplanada dos Ministérios neste domingo! Tomada de poder pelo povo brasileiro insatisfeito com o governo vermelho". Pouco tempo depois, ela apagou a postagem, mas registros ainda estão disponíveis.
"Não compactuo com qualquer tipo de agressão ou violência, seja ela física, moral, psicológica ou patrimonial. Quiçá contra a autonomia, independência e harmonia dos Poderes", disse Sílvia Waiãpi sobre a abertura do inquérito. "Que justiça é essa que eles querem a mim? Isso é perseguição por eu ser mulher, indígena e eleita deputada?", acrescenta.
Confira na íntegra a nota enviada pela deputada federal:
"Há pouco soube de uma abertura de inquérito contra mim. Confesso achar prematura tal reação por parte da PGR, mas não fujo às responsabilidades e não me furtarei em responsabilizar essas pessoas por denúncias caluniosas.
Não compactuo com qualquer tipo de agressão ou violência, seja ela física, moral, psicológica ou patrimonial. Quiçá contra a autonomia, independência e harmonia dos Poderes.
Acompanhei os últimos dias com muita tristeza, pelo clima de tensão que tomou conta da nação.
Tenho sido falsamente apontada por denunciações caluniosas onde parlamentares acusam sem provas. Até mesmo um jornal de grande circulação direcionou um vídeo à minha autoria e minha presença em Brasília. Sequer puderam pesquisar ou averiguar que nem em Brasília eu estive.
Que justiça é essa que eles querem a mim? Isso é perseguição por eu ser mulher, indígena e eleita deputada?
É preciso mais cautela pelo poder público e pela Justiça em achar os verdadeiros culpados, e separar esse tipo de perseguição política. Não é democrático, não é legítimo e tampouco legal.
Reitero que sou à favor de manifestações pacíficas e jamais me manifestaria positivamente a atos de extremo vandalismo."
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