A Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou por unanimidade, nesta quarta-feira (11/1), os atos de "caráter fascista” no Brasil, em referência aos ataques de domingo (8/1) às sedes dos Três Poderes em Brasília.
"O Brasil tem um compromisso inabalável com a democracia e o Estado de direito e rechaça qualquer forma de extremismo antidemocrático e violência política", disse o embaixador brasileiro na OEA, Otávio Brandelli, durante sessão extraordinária do Conselho Permanente, órgão executivo da OEA, para analisar o episódio.
No último domingo, uma multidão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiu o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, onde cometeram atos de vandalismo.
Os responsáveis por essas ações violentas “serão identificados e tratados com o rigor da lei, dentro do devido processo legal”, acrescentou o embaixador.
O Estado e suas instituições democráticas “darão respostas à altura dos crimes cometidos”, afirmou Brandelli, que ressaltou que o Brasil realizou eleições “livres e democráticas” que mereceram elogios da comunidade internacional.
A posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi uma celebração da democracia, disse ele, com a presença de mais de 60 delegações internacionais, e representou o "reconhecimento da robustez das instituições democráticas brasileiras".
Uma declaração elogiada pelos diversos países que logo em seguida tomaram a palavra para expressar sua solidariedade ao Brasil.
"Condenamos da forma mais clara e enérgica esta mobilização de caráter fascista e golpista que ameaçou os três poderes do Estado no Brasil" e que "não constitui um fato isolado", afirmou com veemência o secretário-geral da OEA, Luis Almagro.
O embaixador de Honduras na organização, Carlos Roberto Quesada, alertou que "o que está acontecendo hoje no Brasil não sabemos onde será replicado" porque "isso já está virando um mau hábito", e chamou os presidentes da América Latina a irem ao Brasil "se for preciso para defender a democracia".
O Suriname propôs que a OEA continue monitorando a situação pós-eleitoral e alguns países, como Colômbia e Argentina, pediram à organização que inove e reflita internamente "se quiser seguir vigente".
Em diversas intervenções, como a do Chile, foi estabelecido um paralelo entre os acontecimentos no Brasil e o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos por partidários do ex-presidente Donald Trump em janeiro de 2021 para impedir a certificação da vitória do presidente Joe Biden nas urnas.
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