Atos terroristas

Secretário de Segurança Interino que "tranquilizou Ibaneis" é exonerado

Reportagem do Correio mostrou que permanência do delegado da Polícia Federal no primeiro escalão do governo distrital era insustentável.

Pablo Giovanni*
postado em 11/01/2023 00:27
 (crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
(crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), Fernando de Sousa Oliveira, foi um dos 14 exonerados pelo interventor federal Ricardo Cappelli. Conforme a reportagem do Correio mostrou, a permanência do delegado da Polícia Federal era insustentável, principalmente após ele ter tranquilizado o governador afastado ao garantir que não haveria riscos nas manifestações de domingo (8/1).

Oliveira é o braço direito de Anderson Torres, ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL). O Correio apurou que ele já não despachava na função de secretário no DF desde os atos terroristas de domingo, e já sabia que não permaneceria no cargo. A única dúvida era se a exoneração aconteceria antes ou depois de 31 de janeiro, quando a intervenção no DF chega ao fim.

Para aliados do governador, Oliveira, ao lado de Torres, são os grandes responsáveis pelo afastamento do chefe do Executivo local por 90 dias. O delegado ocupava a função de secretário interino da segurança do DF e, para pessoas próximas do emebedista, agiu por “incompetência ou má fé”.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que, além de Ibaneis, Torres e o ex-comandante da PMDF, Fábio Augusto, Oliveira também seja investigado em um novo inquérito referente aos atos de domingo. O pedido aguarda apreciação da Corte.

Torres fez mudanças antes de viajar

Antes de viajar para os Estados Unidos, dois dias antes dos atos terroristas na Praça dos Três Poderes, Anderson Torres fez mudanças na estrutura da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF). Por indicação do ex-ministro, além de Oliveira, a delegada da Polícia Federal Marília Ferreira de Alencar foi nomeada para a área de inteligência da pasta. Todos foram exonerados.

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