O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, considerou, nesta terça (10/1), “negligente” a ação do governo do Distrito Federal frente aos ataques terroristas contra os prédios dos Três Poderes. Para ele, a ação “firme” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de decretar intervenção federal na segurança pública do DF foi o diferencial para restabelecer a ordem na capital e “mostram claramente não só a nossa capacidade política de impedir uma tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, mas dá uma grande resposta institucional e política”.
“O que existiu claramente, do ponto de vista nacional, foi uma negligência inadmissível por parte do governo do Distrito Federal, sobretudo seus agentes de segurança”, disse o ministro. “Essa ação firme do presidente Lula permitiu a retomada dos prédios e a normalização do funcionamento das instituições, tanto do Congresso Nacional, que em 24 horas votou e aprovou de forma unânime a intervenção que nós decretamos aqui no governo do estado do Distrito Federal e o encontro de ontem, com os 27 governadores, com os Três Poderes, mostraram a força institucional de defesa e democracia que permitiu que a gente pudesse restabelecer a ordem do país”.
Padilha destaca que a medida de intervenção federal também é importante para garantir uma apuração detalhada dos responsáveis pelos atos terroristas. “Essa apuração está sendo conduzida pelo Ministério da Justiça, pela Polícia Federal, com apoio firme do Judiciário brasileiro, por meio da Suprema Corte, e vai apurar e punir todos os responsáveis pelos atos terroristas para que a gente possa impedir que atos como esse se perpetuem no país”, garantiu.
Para o ministro, parte da responsabilidade é do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas ainda é investigada a conivência de agentes de segurança pública durante os ataques. “Nós sabemos que temos várias instituições que foram contaminadas pelo ódio bolsonarista, pela prática golpista da extrema direita brasileira que tem similaridade com outros movimentos de todo mundo de não reconhecerem a democracia e as instituições”.
Ele ainda defendeu o comando do ministro da Defesa, José Mucio, e afirmou que há o conhecimento de “ indivíduos que fazem parte da polícia militar ou mesmo fazem parte da das forças armadas brasileiras que de uma certa forma colaboraram, foram negligentes com os terroristas”.
Agenda internacional
Alexandre Padilha apontou a futura reunião de Lula com os governadores dos estados no próximo dia 27 como um dos esforços de enfrentar desafios em áreas como economia, cultura e educação.
Além disso, antecipou que, além das viagens iniciais, a Argentina e Uruguai, o presidente deverá viajar a Estados Unidos e China.
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