atos terroristas

PF libera 599 manifestantes de atos terroristas por "questões humanitárias"

Também foi informado que 527 pessoas seguem na Academia Nacional de Polícia aguardando decisão judicial. Grupo que foi liberado era composto por idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças.

Raphael Pati*
postado em 10/01/2023 18:45 / atualizado em 10/01/2023 19:59
 (crédito: Raphael Pati/CB/D.A Press)
(crédito: Raphael Pati/CB/D.A Press)

A Polícia Federal anunciou nesta terça-feira (10/1) que liberou 599 pessoas que estavam detidas na Academia Nacional da Polícia Federal, no Setor Habitacional Taquari, em Brasília, desde segunda-feira. O motivo alegado pela instituição foi o de ‘questões humanitárias’. Faziam parte desse grupo, idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças.

Em nota, a PF também afirmou que “todos estão recebendo alimentação regular (café da manhã, almoço, lanche e jantar), hidratação e atendimento médico quando necessário”. De acordo, ainda, com a instituição, os procedimentos são acompanhados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Corpo de Bombeiros, Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Defensoria Pública da União (DPU).

A PF comunicou que os detidos estão sendo submetidos aos procedimentos de polícia judiciária dentro do local. Após os trâmites realizados pela PF, os presos são apresentados à Polícia Civil (PC-DF), responsável pelo encaminhamento dos detidos ao Instituto Médico Legal e, posteriormente, ao sistema prisional.

Ontem, a Polícia Federal havia conduzido cerca de 1,5 mil pessoas, em sua maioria que estavam alocadas nos acampamentos em frente ao Quartel General (QG) do Exército, para um ginásio localizado dentro da Academia Nacional. Diante disso, após a liberação deste grupo, a instituição informou que 527 manifestantes ainda seguem presos dentro do local.

Além disso, na tarde desta terça, a PF divulgou uma lista com o balanço de pessoas presas até o momento. De acordo com o instituição, foram 277 prisões, de fato, ocorridas até o início da tarde.

Desinformação em grupos

Em grupos nas redes sociais, diversos manifestantes que aguardam pela definição do julgamento, compartilham imagens realizadas de dentro do local e fazem críticas por falta de comida e água para todos. No entanto, como afirmado pela PF, em nota, não há falta de alimentação regular e hidratação, quando requisitado.

Também houve, desde a noite da segunda-feira (9), a circulação de uma notícia falsa nestes grupos, que afirma que uma idosa havia morrido no que eles chamam de ‘campo de concentração do Lula’, em referência ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, a instituição desmentiu a informação.

"A Polícia Federal informa que é falsa a informação de que uma mulher idosa teria morrido na data de hoje (9/1) nas dependências da Academia Nacional de Polícia", disse, em nota, a corporação.

Mais cedo, pouco antes da liberação dos 599 detidos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, fez uma analogia e disse que não há ‘colônia de férias’ para os responsáveis de praticar os atos terroristas do último domingo (8).

"Temos que combater firmemente as pessoas antidemocráticas, que querem dar o golpe, que querem regime de exceção. Não é possível conversar com essas pessoas de forma civilizada", declarou, durante a posse do delegado Andrei Rodrigues, novo diretor-geral da Polícia Federal (PF).

"Essas pessoas não são civilizadas. Basta ver o que fizeram com o Palácio do Planalto, com o Congresso Nacional e, com muito mais raiva e ódio, com o Supremo Tribunal Federal", completou o ministro.

*Estagiário sob a supervisão de Michel Medeiros

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