Ao repudiar os atos de terrorismo registrados em Brasília, na tarde de domingo (8/1), o advogado Roberto Caldas, que presidiu da Corte Interamericana de Direitos Humanos no biênio 2016/17, cobrou que o país acione a Organização dos Estados Americanos (OEA) para solicitar mecanismos de proteção à democracia brasileira.
"É momento de colher os apoios internacionais e peticionar à OEA para que se acione o mecanismo de proteção continental da Carta Democrática Interamericana", disse Roberto Caldas. Em sua fala, o advogado cita um documento de compromisso com a democracia nos países da américa. A Carta Democrática Interamericana foi assinada pelo Brasil no ano de 2001.
Diante das cenas de vandalismo registradas nos prédios dos poderes legislativo, executivo e judiciário, Roberto Caldas reforçou o apoio e a defesa das instituições. "Nosso veemente repúdio aos atos golpistas e renovado apoio ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, constitucionalmente eleito, ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional", pontuou.
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Repúdio internacional
Os registros de invasões em prédios públicos em Brasília também foram criticados pelo secretário-geral da OEA, Luís Almagro, e por outras lideranças internacionais. Almagro disponibilizou o "respaldo" da OEA para combater os atos golpistas.
"Ataque impressionante aos Três Poderes do Estado brasileiro por parte de bolsonaristas. O governo do Brasil conta com todo nosso respaldo frente a esse covarde e vil ataque à democracia.", comentou.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também repudiou as cenas de vandalismo no domingo. "O fascismo decidiu dar um golpe. As direitas não têm conseguido manter o pacto de não violência. É hora urgente da unidade da OEA, se quiser continuar viva como instituição, e da aplicação da Carta Democrática", afirmou, citando o documento de compromisso à democracia no continente americano.
Os manifestantes saíram do acampamento em frente ao Quartel General do Exército, no Setor Militar Sul, por volta de 13h30, em direção à Esplanada, com cartazes de: “Forças Armadas, cumpra seu julgamento” e “Para libertar o Brasil do comunismo”. Apesar de não terem sido cadastrados junto à Secretaria de Segurança Pública, a pasta garantiu que os atos públicos seriam monitorados de maneira integrada entre as forças de segurança e outros 29 órgãos.
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