A primeira reunião ministerial do governo Lula teve medidas para ser o menos midiática possível. Logo na entrada, uma placa anunciava que os participantes não poderiam entrar com celulares. A restrição tinha duas razões: evitar as transmissões, ao vivo, pelas redes sociais, o que tornaria o encontro de trabalho em um evento social; e que trechos fossem retirados e publicados nas páginas pessoais dos ministros, abrindo a possibilidade de que isso pudesse causar novos ruídos na comunicação do governo.
Os assessores próximos do presidente Lula tomaram os cuidados para que o encontro ministerial fosse o mais sóbrio possível, bem distante daquele de 22 de abril de 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu seu primeiro escalão e assessores graduados também no Palácio do Planalto. A gravação que veio a público depois mostrou uma conferência repleta de palavrões e termos chulos, além de ameaças e propostas indecorosas — como a do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de "passar a boiada" por meio de liberações normativas contrárias à preservação ecológica, num momento em que a população estava preocupada com o avanço da pandemia de covid-19; ou a do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, que chamou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de "vagabundos" e disse querer vê-los atrás das grades.
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Mas a reunião de Lula com o ministério não foi marcada apenas pela sisudez. A primeira-dama Janja Lula da Silva, que participou do encontro e sentou-se no espaço reservado aos assessores, entregou aos integrantes do primeiro escalão cópias da foto oficial do ministério que tomou posse, junto com o presidente, em 1º de janeiro.
Janja, porém, permaneceu na sala apenas no início da reunião. Sentou-se próxima à ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que protagoniza a primeira polêmica do governo por causa do envolvimento com milicianos em seu berço político — Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
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