O ministro chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, pretende apresentar, “nos próximos dias”, a equipe da secretaria que vai coordenar os debates sobre o combate às fake news nas redes sociais. Ele considera a questão um problema mundial e que deve envolver não só os Poderes da República como a sociedade civil, empresas de comunicação e o meio acadêmico.
Para Pimenta, o problema não é o meio, e sim, “o conteúdo”. E citou as eleições e a pandemia como exemplos da atuação “criminosa” de divulgação de notícias falsas. “Durante a pandemia, as próprias plataformas buscaram uma autorregulação para evitar a disseminação de notícias falsas”.
Outro exemplo de ação criminosa dado pelo ministro, em conversa com jornalistas na posse da ministra do Planejamento, Simone Tebet, no Palácio do Planalto, é o aumento de denúncias de formação de “pirâmides financeiras”, em que grupos atraem, via internet, investidores mal-informados com aceno de supostos ganhos fáceis no mercado financeiro.
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“Está tendo um debate grande sobre essa loucura das pirâmides financeiras, a quantidade de gente que, de alguma maneira está sendo prejudicada. As próprias plataformas estão preocupadas. É claro que o Judiciário vai ter que participar (desse debate), o Ministério Público, a imprensa, as plataformas, as universidades, entidades de defesa dos usuários, dos consumidores. Esse é um debate novo, complexo, delicado, tem que ser feito de forma muito ampla.”
Problema mundial
Para o ministro, é preciso acompanhar “o que o mundo está fazendo”. “Não dá para ter um tratamento para este tema que envolva só o país. Tem que ser pensado em uma esfera maior, e o Brasil tem que estar junto nesse debate, pelo protagonismo que exerce, pela importância que nós temos na América do Sul. É uma agenda positiva para a sociedade”.
Pimenta disse ainda que, com o avanço das discussões sobre o problema das fake news, que desperta interesse das próprias plataformas — ele conversou na quarta-feira (4) com representantes do Google e disse que “eles estão muito dispostos, interessados, querendo ajudar” —, é possível, inclusive, formar um conselho permanente para avaliação do tema. “Mas esse não é o início da conversa, isso é lá adiante”, concluiu.
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