Heróis da pátria

Lula sanciona inclusão de Antonieta de Barros no livro de Heróis da Pátria

Educadora, escritora e jornalista, Antonieta de Barros foi a primeira deputada negra do país. A defesa da educação era principal bandeira política da parlamentar de Santa Catarina. A nova heroína da pátria criou o feriado criou o Dia do Professor

Francisco Artur
postado em 05/01/2023 13:56 / atualizado em 05/01/2023 13:57
 (crédito: Memorial Antonieta de Barros)
(crédito: Memorial Antonieta de Barros)

Ao lado de personalidades como Joaquim Maria Machado de Assis, Luís Gama e os líderes da Conjuração Baiana, o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria contará com o nome de Antonieta de Barros - a primeira deputada negra do país. A inclusão foi sancionada, nesta quinta-feira (5/1), pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Primeira mulher negra a ocupar uma cadeira de deputada, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Antonieta de Barros foi a parlamentar que criou, ainda no estado catarinense, em 1948, o Dia do Professor, no dia 15 de outubro. Essa data começou a ser celebrada em todo Brasil, a partir do ano de 1963, quando o então presidente João Goulart ampliou a abrangência deste feriado.

Relação com a educação

Filha da ex-escrava Catarina Waltrick, Antonieta de Barros nasceu em Florianópolis, no dia 11 de junho de 1901. Sua mãe trabalhava como lavadeira na casa do político Vidal Ramos, em Lages (SC). Com a ajuda da família empregadora, Catarina encaminhou Antonieta para uma escola particular, no ano de 1906, quando tinha cinco anos.

Aos 16, em 1917, preparava-se para fazer as provas da Escola Normal Catarinense - formação que a daria possibilidade de seguir o sonho de ser professora. Antonieta, então, abraçou o desafio de passar o conhecimento obtido para as pessoas à margem da sociedade.

Com base neste objetivo, ela criou o Curso Particular de Alfabetização Antonieta de Barros, cujo objetivo era preparar alunos para os exames de admissão do chamado Ginásio do Instituto de Educação e da Politécnica, além de alfabetizar adultos. A educadora acreditava que o ensino libertaria as pessoas dos postos de marginalização. 

"Educar é ensinar os outros a viver; é iluminar caminhos alheios; é amparar debilitados, transformando-os em fortes; é mostrar as veredas, apontar as escaladas, possibilitando avançar, sem muletas e sem tropeços; é transportar às almas que o Senhor nos confiar à força insuperável da Fé”, afirmou em um dos discursos feitos na assembleia.

Durante sua vida como parlamentar, Antonieta de Barros também foi responsável por criar leis que concediam bolsas de estudos em cursos superiores para alunos pobres, que não poderiam pagar a mensalidade, e também que criavam concursos para o magistério, para elevar a qualidade dos profissionais que ensinavam nas escolas públicas de Santa Catarina.

Prêmios

Por causa de sua contribuição na educação brasileira, o nome de Antonieta de Barros é lembrado em títulos de premiações na área social. Um deles é a Medalha de Mérito Antonieta de Barros, que homenageia pessoas físicas e jurídicas que criam trabalhos relevantes, ou, ainda, destacam-se na luta na defesa do direito das mulheres. 

Também leva o nome da heróina brasileira negra da educação o Prêmio Antonieta de Barros, criado pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial direcionado a reconhecer jovens comunicadores negros do país.

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