Em um discurso de posse enfatizando a luta contra a fome e de retomada do diálogo com movimentos sociais, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, salientou que a promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de combater a miséria extrema será um objetivo a ser perseguido sem descanso. Para ele, é um paradoxo que em um país do tamanho do Brasil, com tantas terras cultiváveis, milhões de pessoas não consigam se alimentar.
"Temos um território imenso que não foi utilizado de forma racional nesses últimos anos. Devido a inexistência de políticas públicas, nenhum país prospera sem resolver problemas dessa natureza. Nenhum país pode se considerar moderno, civilizado, desenvolvido, tendo 33 milhões de brasileiros vivendo em grande insegurança alimentar, e 100 milhões vivendo dentro da insegurança alimentar", pontuou.
Teixeira defendeu que o acesso à terra é parte da luta de combate à fome. "Queremos resgatar o papel do Estado brasileiro, que por meio desse e de outros ministérios, deve promover o acesso à terra. Temos milhares de famílias vivendo em acampamentos, à beira de estrada, em condições paupérrimas em um país capaz de oferecer terra e moradia", cobrou.
Para o ministro, o diálogo com os movimentos sociais é fundamental para a construção de uma sociedade madura. "A missão desse ministério é, também, manter boa articulação com os movimentos sociais. Iremos trabalhar com porta aberta, em um diálogo permanente, acolhendo sugestões e críticas", completou.
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Forças do atraso
O ministro criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro e aquilo que classificou como "forças do atraso" pelo desmonte de políticas sociais. "Nosso país tem uma chaga na sua história. Toda vez que alguém tenta completar a abolição da escravidão no Brasil, acaba derrubado pelas forças do atraso. Foi assim com Getúlio (Vargas), João Goulart e, mais recentemente, o golpe contra Dilma (Rousseff) e a prisão injusta de Lula", ressaltou.
A posse de Teixeira foi prestigiada pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB) e pela presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR). Também estiveram presentes, entre outros, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves e representantes de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Alckmin aproveitou o espaço dado por Teixeira para destacar "a importância da reforma agrária e do trabalho no campo, produção de alimentos, preservação do meio ambiente e agroecologia". "O presidente Lula foi muito feliz ao escolhê-lo (Paulo Teixeira) porque tem a sensibilidade e espírito público", observou.
Alckmin — que toma posse hoje no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) — também defendeu o fortalecimento do associativismo e do cooperativismo. "Conte conosco para o associativismo, o cooperativismo e agregação de valor. O grande segredo é melhorar a renda. A melhora de renda é agregar valor. No Brasil, a gente percebe um novo ar, de entusiasmo, de esperança para construir uma sociedade melhor", afirmou o vice-presidente.
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