NOVO GOVERNO

Pimenta toma posse na Comunicação e prega "permanente combate às fake news"

O ministro da Secretaria de Comunicação Social criticou ainda a gestão Bolsonaro em agendas relacionadas à saúde como a covid-19 e vacinas

Ingrid Soares
postado em 03/01/2023 16:43 / atualizado em 03/01/2023 18:40
 (crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)
(crédito: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta (PT), tomou posse, nesta terça-feira (3/1), em uma cerimônia no Palácio do Planalto. Em discurso, Pimenta pregou que fará um "trabalho permanente de combate às fake news e desinformação".


“A falta de credibilidade de autoridades que se distanciaram da verdade e dos fatos alimentou uma verdadeira indústria que atrapalhou coisas essenciais, como a política governamental do combate ao vírus da covid-19. A desinformação mata e não queremos nunca mais repetir esse tormento. Faremos um trabalho permanente de combate às fake news e desinformação. A boa informação é vital para a nossa sociedade”, disse. 

O petista teceu ainda críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao falar sobre o "cercadinho" do Planalto e o modo como o mesmo conduziu agendas relacionadas à saúde, como a covid-19 e vacinas. Ele ressaltou que a Secom se pautará por informações sem posicionamentos ideológicos.


“Durante nosso governo, o Palácio do Planalto e ministérios serão transparentes e eficientes. Dentro do governo federal, a comunicação está baseada num tripé: prestação de serviços, comunicação institucional e área publicitária. É preciso traçar uma fronteira que separe as questões ideológicas de temas que devem ser noticiados por decisões técnicas e científicas. A partir de hoje, a prestação de serviços e informações de utilidade pública não serão mais contaminados com posicionamentos ideológicos para as tomadas de decisões sobre aquilo que deve ou não ser veiculado”.


Ele também exemplificou o desmonte de campanhas informativas e vacinais. “Não é possível que o governo, por exemplo, no Ministério da Saúde não tenha mais feito as campanhas de prevenção do HIV e da AIDS porque havia posição dentro do governo que não queria que temas como esse fizessem parte da agenda de governo. Por conta disso, as campanhas informativas foram suspensas. Não é possível que o governo tenha suspendido as campanhas de vacinação obrigatória por conta das relações políticas que o governo estabeleceu em outro setor”.


Pimenta acrescentou que Bolsonaro “contaminava a agenda institucional da prestação de serviços com uma visão ideológica, autoritária e obtusa”.  “Doenças como o sarampo e poliomielite, o Brasil que era grande referência internacional em suas campanhas através do SUS. Voltou a reincidência grave dessas doenças por conta da irresponsabilidade de um governo que contaminava a agenda institucional da prestação de serviços com uma visão ideológica, autoritária e obtusa de quem estava no comando da administração do país. A partir de hoje não permitiremos mais a contaminação dessa agenda. A prestação de serviços e a comunicação institucional serão vertebradas e construídas a partir da ciência, da pluralidade e do respeito daquilo que é importante para a população”.


Estiveram presentes na solenidade o deputado Luiz Fernando Mainardi; a presidente do PT, Gleisi Hoffmann; o deputado Valdeci Oliveira; a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra; e a ex-presidente Dilma Rousseff.

Acesso à informação

O ministro da Secretaria de Comunicação Social emendou também que o governo facilitará o acesso de jornalistas às fontes do governo. “O caminho para uma imprensa livre e democrática passa pelo acesso dos jornalistas às fontes. É preciso assegurar que eles possam levantar suas questões aos representantes do governo federal sem que sejam tomados pelo receio de serem atacados ou humilhados simplesmente por cumprirem suas funções”.

“Esses profissionais serão tratados com respeito. Não vamos manter esta lógica de sonegação das informações”, prometeu.


Homenagem a Dilma

Ainda durante o discurso, Pimenta homenageou a ex-presidente Dilma Rousseff, presente na cerimônia. Ela foi novamente ovacionada ao ter o nome anunciado na cerimônia. O ministro apontou “reparação histórica” em indireta ao impeachment sofrido pela petista. “Quero fazer uma homenagem muito especial à presidente Dilma. Fiquei muito feliz e sensibilizado quando ela aceitou o convite de estar aqui conosco. A última vez que eu tinha entrado nesse Palácio foi no dia que a presidente foi afastada. Se é verdade que esse momento histórico que estamos vivendo tem um conjunto de significados e de símbolos, talvez um dos mais importantes seja uma reparação histórica que o Brasil está fazendo com a trajetória de vida, a importância da democracia e para o nosso Brasil de Dilma Rousseff. A presidente é para todos nós uma inspiração pela sua determinação, pela sua coragem, uma das pessoas mais dignas e corretas que conheci na minha trajetória política”.


“Assistimos o país cometer uma injustiça de afastar a Dilma no início desse processo que nos levou a mergulharmos num ambiente que estamos agora superando, mas que a senhora, presidente Dilma, merece e terá sempre de nossa parte homenagem e esse reconhecimento. Portanto quero dedicar a senhora esse momento e essa oportunidade de estar aqui.”, concluiu.

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