O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), tomou posse nesta terça-feira (3/1) em um evento na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Brasília. Em seu discurso, reforçou que ajudará o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sua promessa de campanha contra a fome no Brasil.
“O processo regressivo iniciado em 2016, levou ao retorno do Brasil ao mapa da fome. Temos um território imenso que não foi utilizado de forma racional nesses últimos anos. Devido a inexistência de políticas públicas, nenhum país prospera sem resolver problemas dessa natureza. Nenhum país pode se considerar moderno, civilizado, desenvolvido, tendo 33 milhões de brasileiros vivendo em grande insegurança alimentar e 100 milhões vivendo dentro da insegurança alimentar”, afirmou.
Em seu discurso, Paulo Teixeira assumiu o compromisso de combater a miséria no país. “Hoje, nós reiniciamos esse desafio de erradicar a fome e dar condições mais dignas ao povo que vive no campo”, completou.
Teixeira defendeu ainda o acesso à terra e moradia. “Queremos resgatar o papel do estado brasileiro, que através desse e de outros ministérios, deve promover o acesso à terra. Temos milhares de famílias vivendo em acampamentos, beira de estrada, condições paupérrimas em um país plenamente capaz de oferecer terra e moradia aos seus filhos e filhas.”
O ministro destacou que trabalhará de portas abertas para dialogar com os movimentos sociais. "A missão desse ministério é também manter boa articulação com os movimentos sociais. Iremos trabalhar com porta aberta, em um diálogo permanente, acolhendo sugestões e críticas, aquela 'amizade incômoda'. Venham para cima para que tudo possa acontecer nesse trabalho do ministério”, completou.
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Teixeira também elogiou Lula e criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo desmonte de políticas sociais, citando "forças do atraso". “Nosso país tem uma chaga na sua história, toda vez que alguém tenta completar a abolição da escravidão no Brasil, acaba derrubado pelas forças do atraso. Foi assim com Getúlio, João Goulart e mais recentemente o golpe contra Dilma e a prisão injusta de Lula", ressaltou.
O ministro lembrou da prisão de Lula e disse que "a Justiça brasileira reparou esse erro devolvendo sua liberdade e restabelecendo seus direitos". “Agradeço a Lula que comandou um grande movimento democrático e popular de derrota do fascismo e do retrocesso que vivemos nesses últimos quatro anos", disse. Lembrando as gestões anteriores de Dilma Rousseff e Lula, citou que eles “foram responsáveis pela retirada de mais 40 milhões de brasileiros da extrema pobreza e miséria”.
Posse
O evento também contou com a participação do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, do ex-ministro Pepe Vargas, o deputado estadual Eduardo Suplicy, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves, além de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O vice-presidente destacou “a importância da reforma agrária e do trabalho no campo, produção de alimentos, preservação do meio ambiente e agroecologia” e parabenizou Lula pela escolha. “Tenho certeza que Paulo vai fazer um grande trabalho no MDA”. “O presidente Lula foi muito feliz ao escolhê-lo porque você tem a sensibilidade, o espírito público e vai fazer um grande trabalho”.
Alckmin, que tomará posse no Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) nesta quarta-feira (4), também defendeu o fortalecimento do associativismo e o cooperativismo. “Conte conosco para o associativismo, o cooperativismo e agregação de valor. O grande segredo é melhorar a renda, e a melhora de renda é agregar valor”, apontou, destacando ainda ver um “novo ar” no país. “No Brasil, a gente percebe um novo ar, de entusiasmo, de esperança para a gente construir uma sociedade melhor."
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ressaltou a importância do MDA. “É uma alegria muito grande a gente voltar com o MDA. Como a gente sentiu falta desse ministério e como ele foi importante nos nossos governos para a segurança alimentar, para a produção no campo e para a valorização do campo brasileiro”, concluiu.
Quem é Paulo Teixeira
Nascido em Águas da Prata (SP), Paulo Teixeira, 61 anos, é graduado em direito pela Universidade de São Paulo (USP) e tem mestrado em direito constitucional pela mesma instituição. É deputado federal pelo PT-SP. Iniciou a carreira como parlamentar na Câmara dos Deputados em 2007 e, neste ano, foi reeleito para o quinto mandato. Foi deputado estadual por São Paulo na eleição de 1994, tendo sido reeleito no pleito seguinte. Depois, em 2001, foi nomeado secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, cargo que exerceu até 2004, durante a gestão de Marta Suplicy na prefeitura da capital paulista.
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