A seis quilômetros da Esplanada dos Ministérios, no Quartel do Exército, o clima era diferente. Acampados no Setor Militar Urbano desde o início de novembro, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pareciam decepcionados com os últimos episódios que antecederam a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Esperávamos que ele (Bolsonaro) fosse assinar a intervenção federal, mas, até agora, não aconteceu. Tudo indica que os militares não vão se posicionar. O que nos devemos apegar acima de tudo é em Deus", disse um homem que se identificou como cientista político e professor de seministaristas. Visivelmente decepcionado, o homem incentivava os manifestantes a continuarem no local acampados porque, segundo ele, o Brasil tem "papel fundamental na salvação da humanidade".
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A quantidade de manifestantes reduziu desde que Jair Bolsonaro saiu do país, na última sexta-feira, e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), anunciou que iria desmontar as estruturas para evitar conflito no dia da posse de Lula. O grupo que ficou não abandonou o discurso golpista. Foram colocadas placas pedindo a destituição dos Poderes e o não reconhecimento das eleições.
Enquanto Lula chegava ao centro da capital para subir a rampa do Palácio do Planalto, os apoiadores de Bolsonaro realizavam uma "missa", em uma tenda improvisada, onde rezaram ajoelhados, choraram e cantaram pedindo um golpe de Estado por parte do ex-presidente. No local, também havia placas contra o aborto e o comunismo.
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