NOVO GOVERNO

Governo Lula terá recorde de mulheres ministras; serão 11 a chefiar pastas

Além das ministras, Lula afirmou, em coletiva nesta quinta-feira (29/12), que as presidências da Caixa e do Banco do Brasil também serão mulheres

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumirá a Presidência da República, pela terceira vez, com uma marca histórica desde a redemocratização do Brasil: 11 mulheres irão chefiar pastas no novo governo. Além das ministras, Lula afirmou, em coletiva nesta quinta-feira (29/12), que as presidências da Caixa e do Banco do Brasil também serão ocupadas por mulheres.

O petista anunciou, hoje, os últimos 16 nomes para compor o novo governo, dos quais cinco eram mulheres; são 37 ministros no total. Na ocasião, Lula bateu o martelo e oficializou Marina Silva, deputada eleita por São Paulo pela Rede, para o Meio Ambiente; Simone Tebet (MDB) para o Planejamento e Orçamento e Ana Moser (Sem partido) para o Esporte.

Daniela do Waguinho (União) foi escolhida para o Turismo; e Sônia Guajajara (PSol) para chefiar o recém-criado Ministério dos Povos Indígenas. A diversidade entre as ministras também é um ponto alto e histórico no novo governo: entre as 11 ministras, há três negras e uma indígena.

Lula destacou o fato de ter um time de mulheres no “primeiro escalão do governo”. "Depois de muito trabalho, de muita atenção, muita conversa e muitos ajustes, nós terminamos de montar o primeiro escalão do governo. Nunca antes na história do Brasil teve tantas mulheres ministras", discursou.

Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Ana Moser (Sem partido) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Simone Tebet (MDB) e Marina Silva (Rede) durante anúncio de Lula confirmando os 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Sônia Guajajara (PSol) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula e Daniela, durante o anúncio de ministros em 29 de dezembro de 2022: petistas veem erro político
Evaristo Sa / AFP - Anielle Franco, que se define como "feminista preta", integrou a transição
Marcelo Camargo/Agência Brasil - O presidente eleito, Luiz In..cio Lula da Silva, e a futura ministra da Sa..de, Nisia Trindade, durante an..ncio de novos ministros que compor..o o governo.
Ricardo Stuckert/Divulgação - O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou nesta quinta-feira (22) mais 16 ministros do futuro governo. Na foto, Cida Gonçalves ministra das Mulheres.
EVARISTO SA/AFP - Segundo a ministra da Gestão, Esther Dweck, o reajuste deve repeitar o espaço fiscal do orçamento
EVARISTO SA/AFP - Luciana Santos, nominated as Minister of Science and Technology by Brazil's president-elect Luiz Inacio Lula da Silva attends a press conference at the transitional government building, in Brasilia, on December 22, 2022. (Photo by EVARISTO SA / AFP)
Reprodução/Instagram - Lula agradece Margareth Menezes por aceitar convite para Ministério da Cultura

Ciência e Tecnologia terá gestão feminina; Cultura também

As outras seis ministras foram indicadas por Lula nas últimas duas semanas. Luciana Santos (PCdoB), engenheira e atual vice-governadora de Pernambuco, será a primeira mulher a chefiar o Ministério de Ciência e Tecnologia.

Já a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, estará à frente da Saúde. Para a Cultura foi escolhida a cantora, compositora e ativista pela cultura afro-brasileira Margareth Menezes.

O Ministério da Mulher, que na gestão Bolsonaro foi fundido com o de Direitos Humanos e dirigido por Damares Alves (Republicanos), volta a ser apenas uma pasta, comandada pela especialista no combate à violência de gênero Cida Gonçalves (PT).

Para liderar o ministério da Igualdade Racial, criado por Lula no novo mandato, Anielle Franco foi a escolhida. Ela é jornalista, educadora, escritora e diretora do Instituto Marielle Franco, que homenageia a irmã dela, vereadora morta em 2018, e mobiliza pessoas pelo direito das mulheres e pessoas negras.

Por fim, o Ministério da Gestão será chefiado por Esther Dweck, doutora em economia e ex-secretária de Orçamento do Ministério do Planejamento entre 2011 e 2015.

Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Marina Silva (Rede) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Paulo Pimenta (PT) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Ana Moser (Sem partido) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de General Gonçalves Dias em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Juscelino Filho (União) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Renan Filho (MDB) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Simone Tebet (MDB) e Marina Silva (Rede) durante anúncio de Lula confirmando os 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Paulo Teixeira (PT) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Relação estremecida: ministro vem sendo acusado de "trair" o presidente Lula desde que anunciou nomes para o conselho da estatal
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Sônia Guajajara (PSol) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de André de Paula (PSD) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula e Daniela, durante o anúncio de ministros em 29 de dezembro de 2022: petistas veem erro político
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Fernando Haddad (PT) e Simone Tebet (MDB) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Jáder Filho (MDB) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula e Carlos Lupi: acerto após divergência na Esplanada
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Waldez Góes (PDT) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022
Ed Alves/CB/D.A Press - Lula ao lado de Carlos Fávaro (PSD) em anúncio dos 16 ministros que faltavam para o seu governo — 29 de dezembro de 2022

Histórico de ministras

Nos últimos cinco anos, a representação feminina na liderança de ministérios foi mínima ou inexistente. Na gestão Bolsonaro, apenas três mulheres ocupavam a chefia de pastas: Damares Alves (Republicanos), no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos; Flávia Arruda, ministra-chefe da Secretaria de Governo; e Tereza Cristina (PP), na Agricultura.

Michel Temer (MDB), ao assumir a Presidência após o impeachment de Dilma em maio de 2016, não escalou nenhuma mulher para o primeiro escalão. Alguns meses depois, escolheu Grace Mendonça (PSDB) para a Advocacia-Geral da União (AGU) — única entre os ministros homens.

No primeiro governo de Dilma Rousseff (PT), em 2011, nove mulheres foram escolhidas para chefiar ministérios e secretarias — que à época tinham status de ministério. Ao ser reeleita, em 2014, escolheu cinco mulheres para os postos.

O primeiro mandato de Lula, entre 2003 e 2006, contou com três mulheres ministras e, no segundo, de 2007 a 2010, o petista escalou apenas Marina Silva para o Meio Ambiente ao ser reeleito; depois, ao passar dos anos, escolheu mais duas para substituir ministros.

Nos governos de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002, apenas duas mulheres foram ministras: Cláudia Costin, que foi ministra interina da Administração, entre 1995 e 1998, e secretária da Administração e do Patrimônio do Brasil em 1999; e Dorothe Werneck, que ocupou a liderança da Indústria e do Comércio, entre 1995 e 1996; e do Trabalho, entre 1989 e 1990. 

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