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Ampliação dos cursos técnicos tem espaço vital na transformação da educação

Diretor do CNI lembrou que a China, a exemplo de outros países, busca fortalecer a educação profissionalizante, com estratégias simultâneas ao desenvolvimento destas nações

A importância da formação tecnológica foi destacada pelo diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e diretor-geral do Serviço Nacional da Indústria (SENAI), Raphael Lucchesi, durante o painel sobre educação. O especialista reforçou a necessidade de ampliação da oferta de cursos, como forma de suprir uma parcela das lacunas do setor.

Lucchesi também apontou problemas na qualidade do ensino, presente em todos os níveis. Para ele, a educação pode e deve se colocar como elemento do que qualificou como "estratégia ativa" na busca por desenvolvimento. "O Brasil talvez tenha sido o maior exemplo de um país que tenha feito revolução industrial mas não fez revolução educacional", explica.

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O diretor do CNI lembrou que a China, a exemplo de outros países, busca fortalecer a educação profissionalizante, com estratégias simultâneas ao desenvolvimento destas nações. "Temos uma agenda importante, mas temos de ter um enredo", assegura, destacando ainda, qual seria a vocação brasileira. "Toda essa agenda de transição energética e de bioeconomia colocam uma oportunidade para o Brasil pegar um elevador. Mas temos de pensar num ambiente institucional", explica.

Sobre a qualidade do ensino, o diretor da CNI ressalta que a pauta deve ser tratada como prioritária no país, com a adoção de parcerias público-privadas que elevem os indicadores nacionais no setor. "Precisamos estabelecer a melhor orientação para essa agenda do desenvolvimento. A prioridade não pode ser apenas lucrativa, sem demais resultados", pontua.

A dificuldade no ingresso ao sistema de ensino também foi levada em consideração pelo especialista. Segundo ele, o problema pode ser considerado desafiador, sobretudo no contexto da pandemia. Como exemplo, apresentou os números da Educação de Jovens e Adultos (EJA). "A matrícula para a Educação de Jovens e Adultos caiu de seis para 2,7 milhões. Precisamos respeitar essa população com escolaridade variada", completa.