Cláudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), avalia que para alcançar uma qualidade na educação brasileira, que seja sustentável, em um curto prazo, o governo terá que investir financeiramente. Dentre todos os custos, o maior será com a educação básica, que trará como consequência a valorização da profissão de professor.
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“A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) gasta mais do dobro que a gente em educação básica per capita, no ensino superior gastam bem menos do que a gente gasta, porque o que custa caro lá e aqui é pagar bem os professores, é tornar a profissão de professor da educação básica mais atrativa”, explicou.
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A especialista destaca que o cálculo se dá porque o país está em uma transição demográfica em que se tem muitas crianças e jovens adultos na escola. “Os países que gastam menos que nós estão em outro estágio na transição demográfica deles, nós estamos ainda em um momento diferente, temos muitas crianças e jovens adultos na escola”, ressaltou.
A diretora elenca prioridades para reforçar a qualidade da profissão, entre elas destacou a melhoria da formação dos professores com maior conexão entre teoria e prática no próprio curso. Além disso, é importante tornar a profissão de professor mais atrativa e ao mesmo tempo mais seletiva.
“Nós formamos médicos em contato quase cotidiano com a prática, tem teoria e prática. Ser professor de educação básica não é considerado uma profissão, a gente acha que ensinar história da educação, sociologia e filosofia são pontos importantes, são suficientes. Não são, ninguém formaria um médico assim”, comparou.
Nas questões práticas da profissão, a especialista frisa que a qualidade da educação é adquirida na expansão da carga horária do ensino nas escolas — saindo de três a quatro horas aula para sete a nove horas — e na exclusividade do professor na escola. Cláudia indica que, com a exclusividade, o profissional conseguirá ter outros tipos de interação que levará o aluno a se desenvolver de forma mais sistêmica.
“Mentoria, discutir com aluno seus sonhos, transformar esses sonhos em projeto de vida, ensinar esse aluno que o que aprende na escola é instrumental para construir, empreender sua vida futura. Ninguém vira empreendedor se não aprender a empreender a própria vida. Com isso, podemos pensar em um Brasil diferente, baseado em pessoas formadas para serem autônomas e solidárias ao mesmo tempo”, indicou.
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