A pandemia da covid-19 deixou diversas sequelas educacionais nos alunos da atual geração. Afastados por meses das salas de aulas, muitos não tiveram acesso adequado ao ensino remoto e acabaram abandonando o ensino superior. Para Celso Niskier, presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), é preciso a manutenção e o fortalecimento de programas governamentais de acesso à educação superior, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), que “merece ser mantido e até ampliado”.
Ele também elencou a recuperação dos prejuízos do afastamento de alunos das salas de aula em todos os níveis de educação como prioridade principal para o próximo governo. O presidente da ABMES e reitor da UniCarioca comentou sobre os principais problemas da educação brasileira a serem enfrentados em 2023, nesta quinta-feira (15/12), no seminário Desafios 2023 — o Brasil que queremos, organizado pelo Correio Braziliense. O evento é realizado de forma semipresencial no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com transmissões nas redes sociais e no site do jornal.
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Niskier falou ainda sobre a importância do fortalecimento da educação de base para que mais estudantes tenham acesso às modalidades de financiamento. Segundo o presidente do ABMES, muitos desses estudantes não conseguem atingir a nota mínima para concorrer ao subsídio — 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Milhões de jovens não chegam a essa nota no Enem, portanto, a ampliação da inclusão e do acesso à educação superior passa pela melhoria da educação básica”, disse.
Como solução, o especialista apontou a criação de um amplo programa de recuperação da aprendizagem em que estudantes de universidades públicas e privadas fariam extensão universitária, junto a professores da rede pública. De acordo com a proposta do presidente da ABMES, esses graduandos atuariam nas salas de aula “ajudando os alunos que ficaram para trás”.
Para ele, outra urgência da área é a inserção de jovens de baixa renda no ensino superior. "Com os números atuais de formandos, nós podemos ter um gargalo de mão de obra daqui alguns anos. O número de estudantes do ensino superior tem estacionado, só tem crescido um pouco por causa da educação a distância”, explicou.
O presidente da ABMES chamou a atenção, ainda, para a queda no número de matrículas nos últimos três anos, segundo ele, reflexo da pandemia e crise econômica. “Eu daria também uma atenção muito especial a ampliação dos programas de financiamento estudantil, por exemplo, o Prouni, que merece ser mantido e até ampliado. São programas que promovem a inclusão desses jovens no ensino superior, formando os profissionais que o Brasil precisa”, sugeriu.
Correio Debate
O seminário Desafios 2023 — o Brasil que queremos reúne grandes especialistas, executivos, autoridades e integrantes da equipe de transição de governo para abordar as novidades e as transformações no próximo ano.
O formato do debate do Correio tem quatro painéis de discussão de temas que dominarão o cenário econômico do próximo ano: Responsabilidade fiscal e social, O crescimento passa pela infraestrutura, Educação: a sociedade quer ser ouvida e A saúde como fonte de sustentabilidade da nação. O encerramento do evento será feito pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).
*Estagiário sob a supervisão deAndreia Castro
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