Desafios 2023

Brasil tem oportunidade única de reindustrialização, defende Tony Volpon

Nova geopolítica pós-covid deve reorganizar as cadeias de produção global, o que pode se tornar a grande oportunidade para o país, acredita o ex-diretor do Banco Central

Se há 20 anos o Brasil era apenas uma fazenda de commodities para a China, hoje, em uma realidade pós-covid, a nova geopolítica global dá ao Brasil a oportunidade de ser o destino alternativo à China na reestruturação das cadeias globais de produção. É o que defendeu o economista Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central.  

“A crise da covid acelerou a disputa geopolítica e os problemas estruturais na economia chinesa. Com isso, uma grande dependência das cadeias globais da China é muito ruim”, destacou, nesta quinta-feira (15/12), no painel "O crescimento passa pela infraestrutura" do seminário Desafios 2023 — o Brasil que queremos, organizado pelo Correio Braziliense. O evento é realizado de forma semipresencial no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com transmissões nas redes sociais e no site do jornal.

“Temos que estar focados nessa oportunidade única nos próximos 10 anos e entender o lugar do Brasil nesse novo mundo”, apontou o economista, que mora em Washington, nos Estados Unidos, onde é estrategista-chefe da Wealth High Governance (WHG), empresa de gestão de fortunas e ativos criada por ex-executivos do Credit Suisse. 

Khalil Santos/CB/D.A. Press - Participação do ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no painel especial sobre credibilidade para o crescimento durante o seminário ‘Desafios 2023 — o Brasil que queremos’
Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Seminário 'Desafios 2023 - o Brasil que queremos', promovido pelo Correio Braziliense, no Centro de Convenções. Na foto, Zeina Latif, economista.
Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Seminário 'Desafios 2023 - o Brasil que queremos', promovido pelo Correio Braziliense, no Centro de Convenções. Na foto, Jorge Arbache, vice-presidente do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).
Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Seminário 'Desafios 2023 - o Brasil que queremos', promovido pelo Correio Braziliense, no Centro de Convenções. Na foto (e/d), Tony Volpon, Vicente Nunes e Jorge Arbache.
Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, abre o seminário ‘Desafios 2023 — o Brasil que queremos’, promovido pelo Correio Braziliense, no Centro de Convenções. Na foto, Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da Ryo Asset.
Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, abre o seminário ‘Desafios 2023 — o Brasil que queremos’, promovido pelo Correio Braziliense, no Centro de Convenções. Na foto, Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da Ryo Asset.
Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, abre o seminário ‘Desafios 2023 — o Brasil que queremos’, promovido pelo Correio Braziliense, no Centro de Convenções. Na foto, Gabriel Leal de Barros, economista-chefe da Ryo Asset.
Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Seminário ‘Desafios 2023 — o Brasil que queremos’, promovido pelo Correio Braziliense, no Centro de Convenções. Na foto, o correspondente internacional, Vicente Nunes.
Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Seminário 'Desafios 2023 - o Brasil que queremos', promovido pelo Correio Braziliense, no Centro de Convenções. Na foto, José Roberto Afonso, economista e um dos pais da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Marcelo Ferreira/CB/D.A.Press - Seminário 'Desafios 2023 - o Brasil que queremos', promovido pelo Correio Braziliense, no Centro de Convenções. Na foto, José Roberto Afonso, economista e um dos pais da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Reprodução/Youtube Correio Braziliense - Juliana Damasceno, economista da Tendências Consultoria participou do primeiro painel do seminário ‘Desafios 2023 — o Brasil que queremos’, que discutiu responsabilidade fiscal e social
Reprodução/Youtube Correio Braziliense - Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, abre o seminário ‘Desafios 2023 — o Brasil que queremos’

Volpon afirmou também que a pressão pela redução da dependência da China fará muitas indústrias saírem do país, mas que isso não significa que virão para o Brasil. “A gente pode ser um grande ator desse processo, ou deixar o bonde andar", alertou. O país tem como vantagem uma matriz energética das mais limpas do mundo mas, ao mesmo tempo, está geograficamente mais distante dos grandes centros consumidores.

“A gente tem a oportunidade de ser hoje um player do ponto de vista global”, reforçou o economista. Mas para isso, segundo ele, o Brasil precisa realizar um conjunto de reformas de forma articulada para atrair esses investimentos e se tornar o principal destino dessas cadeias de produção.

Correio Debate

O seminário Desafios 2023 — o Brasil que queremos — reúne grandes especialistas, executivos, autoridades e integrantes da equipe de transição de governo para abordar as novidades e as transformações no próximo ano.

O formato do debate do Correio tem quatro painéis de discussão de temas que dominarão o cenário econômico do próximo ano: Responsabilidade fiscal e social, O crescimento passa pela infraestrutura, Educação: a sociedade quer ser ouvida e A saúde como fonte de sustentabilidade da nação. O encerramento do evento será feito pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). 

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