Atos extremistas

General Mourão defende atos antidemocráticos: 'É legítimo'

Vice-presidente também teceu críticas ao STF e TSE, acusando os órgãos de parcialidade em decisões

Após afirmar que apoiadores de Jair Bolsonaro deveriam aceitar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) deu um passo atrás ao defender nesta quarta-feira (14/12) os atos antidemocráticos ocorridos pós-eleições. Em uma publicação nas redes sociais, o general caracterizou os eventos como um clamor legítimo e alegou que as urnas "permaneceram sem voto impresso e auditável". Porém o projeto de voto impresso já foi derrubado no Congresso e as urnas possuem mecanismos que possibilitam a auditagem.

Mourão rebateu ainda o título de atos antidemocráticos.

"O clamor das manifestações a que assistimos desde a proclamação do resultado das urnas, que permaneceram sem o voto impresso e auditável, é legítimo, por mais que muitos tenham tentado classificá-lo de 'antidemocrático'”, escreveu.

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Em coluna no jornal Estadão de hoje, ele também disse que os resultado das eleições presidenciais “efervesceu ainda mais o sentimento de injustiça e indignação de uma parcela considerável da população brasileira”.

O vice-presidente alegou que políticos apoiadores do chefe do Executivo sofrem com decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O fiel da balança da 'deusa' que posa sentada em Brasília, de olhos vendados e segurando uma espada, que deveria permanecer neutro, no ponto de equilíbrio, tem deslizado de forma suave, complacente e flexível para a esquerda e pendido de maneira severa, dura e pesada para a direita.”

"Quando o assunto é política e eleições, a deusa enxerga sob a venda, a balança fica desequilibrada e o martelo, que clama para ordem, respeito e silêncio, bate para um único lado", argumentou sem citar Jair Bolsonaro (PL) no texto.

Críticas ao PT

Lembrando a gestão de Michel Temer e a criação do teto de gastos, o general aproveitou para criticar os governos petistas anteriores. "Assumirá a condução do Brasil um governo de esquerda que já comandou o país por 14 anos e não deu certo, tendo afogado a Nação num mar de gastança e de corrupção."

Mourão finalizou defendendo novamente nos atos antidemocráticos, que vem tomando conta do país, sem citar diretamente os eventos da última segunda (12) e orientando apoiadores a permanecerem "firmes em sua convicção”. “Lancem mão dos instrumentos constitucionais que garantem os direitos de uma democracia cidadã, com efetiva participação popular, e jamais se esqueçam de que soberano é o povo”, finalizou.

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