O senador Randolfe Rodrigues (Rede) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que as ações violentas registradas em Brasília na noite desta segunda-feira (12/12) sejam investigadas no bojo do inquérito das milícias digitais, em trâmite na Corte máxima.
Integrante da equipe de transição do governo Lula, o parlamentar aponta 'escalada antidemocrática' e classifica como 'sem precedentes' a conduta de bolsonaristas que tentaram invadir a sede da Polícia Federal e atearam fogo em carros e caminhões.
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Como mostrou o Estadão, o estopim para os atos violentos foi a prisão temporária do líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador de Bolsonaro, por suspeita de supostos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A medida foi decretada por Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República.
De acordo com a PF, o líder indígena teria realizado atos antidemocráticos em frente ao Congresso, no Aeroporto de Brasília - onde a área de embarque foi invadida -, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão o presidente e o vice-presidente da República eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.
A conduta dos bolsonaristas após a prisão de Xavante levou o Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal e a Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal a cercarem o hotel onde estão hospedados Lula e Alckmin.
Na petição protocolada nesta terça-feira, 13, Randolfe diz que o 'caos foi instaurado' em Brasília na noite de segunda e argumenta que a investigação sobre ataques ao regime democrático é o melhor instrumento para apurar os atos de vandalismo cometidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
O senador pede uma investigação detalhada sobre as circunstâncias dos atos de violência 'com a punição exemplar dos envolvidos, inclusive daqueles que os financiaram e dos que os apoiaram ou incentivaram politicamente'.
Randolfe pede inclusive apuração de eventual cometimento do hediondo crime de terrorismo. Além disso, o senador requer que o Supremo determine a desmobilização de acampamentos bolsonaristas em frente a prédios públicos em Brasília.
Também foi pedido que a Procuradoria-Geral da República seja instada a promover a desocupação, 'inclusive com eventual força policial', das adjacências do Palácio da Alvorada 'com o fito de preservação do patrimônio público e de manutenção do simbolismo democrático estatuído na figura palaciana'.
O senador pede, ainda, que as vias em torno do Planalto sejam bloqueadas.