Anunciado para o comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) afirmou que o diálogo com as forças de segurança será uma diretriz permanente no novo governo. "O presidente Lula disse: 'Proximidade com as polícias'. Vou fazer isso, tenho feito. Governei um estado, conheço a importância das polícias", destacou o ex-gestor do Maranhão.
Uma das áreas mais sensíveis para Lula, a segurança pública tem muitos integrantes alinhados ao presidente Jair Bolsonaro, o que é considerado "um aparelhamento" das estruturas. A redução dessa proliferação do bolsonarismo é apontado por Dino como uma das prioridades do futuro governo.
Ele demonstrou confiança na pacificação das forças e contou já ter feito reuniões com os comandantes das Polícias Militares dos estados, dos bombeiros, das guardas municipais, além de secretários de segurança pública estaduais, dirigentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre outros órgãos do setor.
Sobre o anúncio da direção da PRF e demais secretarias do ministério, o futuro ministro ressaltou que pretende levar os nomes para o presidente eleito avaliar. Ele tem a intenção de divulgar a composição antes do Natal. "A determinação do presidente Lula é essa: reativar o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). É impossível fazer segurança pública sem os policiais", destacou.
Segundo Dino, o tema é tão relevante para o futuro chefe do Executivo que foi definido logo quem comandará a Polícia Federal: o delegado Andrei Passos. "O primeiro nome que eu apresentei foi exatamente o diretor-geral da Polícia Federal, apontando essa sintonia entre a prioridade do presidente Lula com a segurança e a designação da pessoa que comandará uma das corporações federais que cuida da segurança pública", enfatizou. Passos foi o responsável pela segurança do petista durante a campanha eleitoral e se tornou muito próximo dele, integrando, inclusive, a equipe de transição.
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Desarmamento
O futuro ministro confirmou que o novo governo deve revogar decretos sobre armas editados na gestão Bolsonaro. De acordo com ele, a proposta deve ser apresentada na segunda-feira ao próximo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), e só depois de aprovada é que se deve propor uma nova regulação, "mais responsável".
O senador eleito ressaltou que a intenção é acabar com os abusos. "Todas as pessoas serão desarmadas? Não. Todos os clubes de tiro serão fechados? Também não. O que o presidente Lula determinou foi o fim dos abusos, o fim do liberou geral", explicou. "O armamentismo é negativo na medida em que propicia crimes de ódio, violência nos lares e nas escolas. É essa a mensagem do presidente Lula."
Ele também reiterou que o ministério não será desmembrado. "Há uma diretriz geral no programa de governo, mas a orientação dele agora foi de total ênfase no trabalho conjunto de Justiça e segurança pública". Dino não descartou, porém, que a divisão venha a acontecer com o tempo. "Uma avaliação que vai depender, claro, do diálogo com os estados e com os municípios, e a evolução dos indicadores", argumentou.