Atos antidemocráticos

Caravanas de bolsonaristas chegam a Brasília para passar réveillon no QG

Os ônibus estão previstos para saírem de nove estados em direção ao QG, em Brasília. Os coordenadores tentam conseguir adeptos para vir manifestar a indignação contra a posse do presidente

Tainá Andrade
postado em 29/12/2022 19:16 / atualizado em 29/12/2022 19:17
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

Pelo menos 17 caravanas de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais de 2022 devem chegar a Brasília para passar o Réveillon em frente ao Quartel General do Exército, no Setor Militar Urbano. A convocação está sendo feita pelas redes sociais, e o intuito é trazer manifestantes de diversos estados brasileiros para protestar na capital federal. 

Caravanas de bolsonaristas de 8 estados vem a Brasília 

As caravanas já estão a caminho do DF. Na quarta-feira (28/12), grupos saíram da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo. O grupo que sairia do Paraná foi cancelado por falta de adesão de passageiros, segundo uma das pessoas que coordenava a saída de uma das rotas. Com exceção da rota que sai de Goiás, todas as outras param em municípios já anunciados para o embarque de mais pessoas.

A viagem é paga pelos manifestantes. Não há um padrão nos valores das passagens, algumas caravanas cobram R$ 250 apenas para chegar em Brasília, outras tem feito por R$ 150 ida e volta. “Cada um tem um método de trabalho. Não tem líder para organizar, cada um paga o seu valor, aluga o ônibus e vai. Somos grupos que querem ir”, explica uma organizadora nas redes sociais. 

Não tem essa de ir afrontar ninguém, só queremos ir para manifestar, mostrar para o mundo que estamos insatisfeitos. Defendemos a liberdade. Queremos que permaneça a lei da ordem no país, não lutamos por um homem, mas por uma pauta física, moral”, esclareceu a ex-coordenadora.

Um vídeo, divulgado em uma rede social, mostra um grupo que saiu de Porto Alegre. De acordo com o narrador, as pessoas da filmagem estavam há 58 dias acampadas no Comando Militar do Sul. Um dos integrantes agradece ao “pessoal do agro” que deu a oportunidade ao grupo de viajar.

A reportagem entrou em contato com alguns números que estão indicados como responsáveis. Um deles, um contato comercial do ramo de imobiliário, que oferece um livro digital sobre dúvidas de negociações com terrenos da Marinha, se identifica como Ricardo Shimizu, informou que não era organizador. “Se souber quem colocou meu número para contato pode pedir para tirar”, disse.

Mesmo com as diversas notícias sobre a retirada pelo Governo do Distrito Federa dos manifestantes bolsonaristas que ocupavam, há dois meses, o QG, as coordenações das caravanas insistem que levarão as pessoas para a área militar.

“QG é área militar, não tem nada a ver com o GDF. Só vou aceitar notícia vinda da boca do Bolsonaro e do Exército”, frisou uma das coordenadoras de São Paulo quando questionada pela reportagem.

A PRF confirmou que não irá impedir nenhuma caravana de entrar no Distrito Federal. O GDF deverá disponibilizar uma área, longe dos apoiadores de Lula, para alocar os manifestantes contrários ao governo que irá tomar posse no dia 1º de janeiro. Até o momento, não foi definido o local.

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