O futuro ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), declarou nesta quinta-feira (29/11) que o aumento nos preços dos combustíveis decorrente do fim dos incentivos tributários concedidos pelo atual governo será um dos temas mais urgentes para a equipe econômica que assume no dia 1º de janeiro. Ele não antecipou, contudo, nenhuma medida para amortecer o impacto do aumento, estimado pelo atual ministro da pasta, Adolfo Sachsida, em R$ 0,69 para a gasolina, R$ 0,33 para o diesel e R$ 0,24 para o etanol.
“O ministro Sachsida fala pelo governo atual até o dia 31”, disse Silveira, ao evitar comentar as estimativas do aumento. Mas ele criticou a política de desoneração dos combustíveis patrocinada pelo Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes. “Nós sabemos dos danos que a isenção de tributos causou nos últimos anos e isso tem que ser tratado com muito cuidado não só pelo Executivo quanto pelo Legislativo. Nada está descartado. A partir do dia primeiro vamos conversar sobre a política de curto, médio e longo prazos para os combustíveis”, disse Silveira, após ser anunciado hoje para o comando do Mnistério de Minas e Energia pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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O futuro ministro disse ainda que, a partir de agora, passa a discutir a questão diretamente com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O foco será o reflexo dos aumentos na taxa de inflação. “Eu tenho visto um empenho muito grande do novo ministro da Fazenda nesse sentido e, a partir de hoje, com o anúncio, passamos a participar dessa discussão com ele para que possamos evitar e minimizar qualquer impacto dos preços dos combustíveis na inflação.”
Petrobras
Sobre o comando da Petrobras, Silveira comentou as especulações sobre uma possível indicação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para assumir a presidência da companhia estatal. Para ele, não há impedimentos legais para que o parlamentar assuma o posto.
“Caso seja oficializado pelo presidente, (Prates) não é abarcado pela atual legislação (Lei das Estatais), ele não foi coordenador de campanha, não foi ordenador de despesa, não teria nenhum impedimento. Na interpretação de alguns juristas que eu ouvi pela própria imprensa, ele estaria apto, caso convidado pelo presidente, a assumir a administração da empresa”, declarou o futuro ministro, com a ressalva de que essa indicação também deverá passar pelo crivo do Conselho de Administração da petrolífera.
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