O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumirá a Presidência da República, pela terceira vez, com uma marca histórica desde a redemocratização do Brasil: 11 mulheres irão chefiar pastas no novo governo. Além das ministras, Lula afirmou, em coletiva nesta quinta-feira (29/12), que as presidências da Caixa e do Banco do Brasil também serão ocupadas por mulheres.
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O petista anunciou, hoje, os últimos 16 nomes para compor o novo governo, dos quais cinco eram mulheres; são 37 ministros no total. Na ocasião, Lula bateu o martelo e oficializou Marina Silva, deputada eleita por São Paulo pela Rede, para o Meio Ambiente; Simone Tebet (MDB) para o Planejamento e Orçamento e Ana Moser (Sem partido) para o Esporte.
Daniela do Waguinho (União) foi escolhida para o Turismo; e Sônia Guajajara (PSol) para chefiar o recém-criado Ministério dos Povos Indígenas. A diversidade entre as ministras também é um ponto alto e histórico no novo governo: entre as 11 ministras, há três negras e uma indígena.
Lula destacou o fato de ter um time de mulheres no “primeiro escalão do governo”. "Depois de muito trabalho, de muita atenção, muita conversa e muitos ajustes, nós terminamos de montar o primeiro escalão do governo. Nunca antes na história do Brasil teve tantas mulheres ministras", discursou.
Ciência e Tecnologia terá gestão feminina; Cultura também
As outras seis ministras foram indicadas por Lula nas últimas duas semanas. Luciana Santos (PCdoB), engenheira e atual vice-governadora de Pernambuco, será a primeira mulher a chefiar o Ministério de Ciência e Tecnologia.
Já a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, estará à frente da Saúde. Para a Cultura foi escolhida a cantora, compositora e ativista pela cultura afro-brasileira Margareth Menezes.
O Ministério da Mulher, que na gestão Bolsonaro foi fundido com o de Direitos Humanos e dirigido por Damares Alves (Republicanos), volta a ser apenas uma pasta, comandada pela especialista no combate à violência de gênero Cida Gonçalves (PT).
Para liderar o ministério da Igualdade Racial, criado por Lula no novo mandato, Anielle Franco foi a escolhida. Ela é jornalista, educadora, escritora e diretora do Instituto Marielle Franco, que homenageia a irmã dela, vereadora morta em 2018, e mobiliza pessoas pelo direito das mulheres e pessoas negras.
Por fim, o Ministério da Gestão será chefiado por Esther Dweck, doutora em economia e ex-secretária de Orçamento do Ministério do Planejamento entre 2011 e 2015.
Histórico de ministras
Nos últimos cinco anos, a representação feminina na liderança de ministérios foi mínima ou inexistente. Na gestão Bolsonaro, apenas três mulheres ocupavam a chefia de pastas: Damares Alves (Republicanos), no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos; Flávia Arruda, ministra-chefe da Secretaria de Governo; e Tereza Cristina (PP), na Agricultura.
Michel Temer (MDB), ao assumir a Presidência após o impeachment de Dilma em maio de 2016, não escalou nenhuma mulher para o primeiro escalão. Alguns meses depois, escolheu Grace Mendonça (PSDB) para a Advocacia-Geral da União (AGU) — única entre os ministros homens.
No primeiro governo de Dilma Rousseff (PT), em 2011, nove mulheres foram escolhidas para chefiar ministérios e secretarias — que à época tinham status de ministério. Ao ser reeleita, em 2014, escolheu cinco mulheres para os postos.
O primeiro mandato de Lula, entre 2003 e 2006, contou com três mulheres ministras e, no segundo, de 2007 a 2010, o petista escalou apenas Marina Silva para o Meio Ambiente ao ser reeleito; depois, ao passar dos anos, escolheu mais duas para substituir ministros.
Nos governos de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002, apenas duas mulheres foram ministras: Cláudia Costin, que foi ministra interina da Administração, entre 1995 e 1998, e secretária da Administração e do Patrimônio do Brasil em 1999; e Dorothe Werneck, que ocupou a liderança da Indústria e do Comércio, entre 1995 e 1996; e do Trabalho, entre 1989 e 1990.
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