NOVO GOVERNO

Ministros de Lula receberão organograma para pautar atuação

Rui Costa diz que futuros titulares de pastas receberão organograma para pautar atuação. Ele sustenta que Esplanada turbinada, com 37 ministérios, não elevará custos

Ingrid Soares
Victor Correia
postado em 21/12/2022 03:55
 (crédito: Reprodução/Twitter)
(crédito: Reprodução/Twitter)

A estrutura ministerial da gestão Lula terá com 37 pastas. O conselho político do novo governo reuniu-se, ontem, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) para discutir, além da PEC da Transição, a composição da Esplanada a partir de janeiro. O número é bem maior do que o da configuração atual, que tem 23.

“Uma composição de ministérios passa por muito diálogo, com muitos atores. Serão 37. Serão 90% da composição de cargos de 2010”, afirmou a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), após o encontro.
Segundo o futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa, o presidente eleito deve anunciar novos ministros ainda nesta semana. “Diria que a grande maioria, ou quase a totalidade, ele já tem definido. Está esperando uma oportunidade adequada para fazer o anúncio”, disse.
Até o momento, apenas sete nomes foram divulgados: Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), José Múcio (Defesa), Rui Costa, Flávio Dino (Justiça e Segurança), Margareth Menezes (Cultura) e Camilo Santana (Educação).

Questionada sobre a demora no anúncio dos outros nomes, Eliziane Gama ressaltou que a composição do novo governo requer mais articulação. “O presidente Lula não ganhou só com um ou dois partidos, na verdade, foram 10. Chegaram mais dois no segundo turno, e agora são mais dois. Então, são 14. É uma engenharia que não é muito simples”, explicou.

A lista prévia das pastas, divulgada ontem, confirma algumas sugestões debatidas pelos GTs da transição. O atual Ministério da Economia, por exemplo, será desmembrado em quatro: Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio, e Gestão e Inovação. O do Trabalho, em dois: Trabalho e Previdência. Infraestrutura, por sua vez, vira Portos e Aeroportos, e Transportes.

A relação inclui, ainda, órgãos que têm ou retomarão o status de ministério, como a Advocacia-Geral da União (AGU), a Secretaria de Comunicação da Presidência e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Rui Costa destacou que as pastas foram desenhadas de modo a não elevar as despesas e sem a criação de cargos, exceto a de ministros. “Vai ter o mesmo custo. A delegação que Lula me deu foi para ampliar 37 ministérios sem elevar o custo. Apesar de alguns duvidarem disso, nós conseguimos fazer. Quero dar a boa notícia: isso já está concluído e está feito sem haver criação de cargos”, sustentou. “Fora o cargo dos ministros, toda estrutura foi feita a partir do remanejamento das estruturas existentes.” Segundo ele, cada um dos nomeados receberá um “kit ministro”, com o organograma da pasta e tudo o que precisar para atuar após a posse.

Educação

Em reunião na noite de segunda, Lula bateu o martelo sobre o Ministério da Educação. Resolveu nomear o senador eleito Camilo Santana (PT-CE). Também ficou definido que a atual governadora do estado, Izolda Cela (sem partido), assumirá a Secretaria de Educação Básica da pasta.

A governadora era cotada para assumir o ministério, mas esbarrou na resistência de ala do PT que insiste em manter a Educação sob o controle do partido. A gestora era do PDT, mas, nas eleições, rompeu com a legenda após o anúncio de Roberto Cláudio como o candidato da sigla a governador. A decisão resultou no rompimento da aliança entre PT e PDT no estado.

Santana governou o Ceará entre 2015 e 2022, deixando o cargo em abril para disputar as eleições ao Senado. Cela, sua vice, assumiu o posto.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação