NOVO GOVERNO

Lula fará "revogaço" de medidas tomadas por Bolsonaro na área ambiental

O relatório do GT do Meio Ambiente aponta muitos retrocessos e terá foco na questão do desmatamento

Tainá Andrade
postado em 19/12/2022 18:26 / atualizado em 19/12/2022 18:27
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

A ex-ministra do Meio Ambiente e integrante do Grupo Técnico (GT) do Meio Ambiente da transição Izabella Teixeira anunciou, nesta segunda-feira (19/12), que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva,  fará um "revogaço" de medidas do governo de Jair Bolsonaro (PL) para a área ambiental. Sem detalhar quais seriam os assuntos, ela disse em entrevista à Rádio Eldorado que foram "detectados muitos retrocessos" no grupo.

"É sem precedentes do ponto de vista ambiental o desmonte das instituições públicas e isso está bem registrado no crescente desmatamento da Amazônia e do cerrado", ressaltou a copresidente do Painel de Recursos Naturais da ONU e participante do comitê de transição.

Rodrigo Agostinho (PSB-SP), deputado federal e membro do GT, indica que o relatório será um plano de ação principalmente no que se refere ao desmatamento. Além disso, o documento vai abordar outros problemas, como o desmonte das políticas públicas, a falta de concurso público dos órgãos ambientais, os assédios a servidores, o fechamento de unidades de fiscalização ambiental e a situação em que multas estão prescrevendo.

“Vai detalhar um diagnóstico da situação do Ministério e trazer um plano de ação, principalmente em relação ao desmatamento. São estratégias de combate ao desmatamento, ao garimpo ilegal. Não quer dizer que todas elas vão ser colocadas em andamento”, explicou ao Correio.

A expectativa é que o novo ministro para a área seja anunciado na próxima leva de nomes que Lula soltará. O relatório será um mapa estratégico para que a autoridade faça as tomadas de decisões, mas o que será executado dependerá de quem tomará à frente do ministério, informa Agostinho.

“Depende da vontade do ministro, de articulação com outros ministérios e do Congresso. Saindo o nome do ministro, se for Marina Silva, por exemplo, não vai precisar mostrar o relatório como novidade, porque ela participou da construção e já sabe os pontos principais”, ponderou o deputado.

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