O Brasil precisará repensar sua estratégia de política industrial e deixar de ser uma das economias mais fechadas do mundo, protegendo empresas antigas em vez de buscar melhorar a produtividade, um dos principais fatores do crescimento econômico. Esse é um dos diagnósticos para a retomada do crescimento do país a partir de 2023 destacado, nesta quinta-feira (15/12), pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, na abertura do seminário Desafios 2023-O Brasil que queremos, organizado pelo Correio Braziliense, realizado de forma semipresencial no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
“O Brasil é uma economia fechada que não tem servido para nada”, afirmou Fraga, criticando o fato dos governos continuarem protegendo empresas com mais de 70 anos, que não são mais nascentes e não precisam de ajuda do poder público. “O Brasil precisa começar o processo de abertura por aí. O Brasil tem sucesso se trabalhar nessa direção. A distância que nos separa da fronteira global de produtividade é muito grande e, praticamente, em todos os setores”, afirmou.
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Nesse sentido, melhorar o cenário macroeconômico, que é bastante desafiador na reconstrução das âncoras fiscais, com o desafio de o Banco Central continuar conduzindo uma política monetária mais restritiva e, do outro lado, o governo mantendo uma enorme expansão fiscal, de acordo com Fraga. Ele ressaltou também que olhar para o combate à desigualdade social e na melhora do investimento na melhora da qualidade da educação, de fato, são fatores que também podem ajudar na retomada do crescimento. “O Brasil pode crescer mais rápido se conseguir resolver o ponto macroeconômico ao adotar uma política social de combate à desigualdade”, afirmou. “Todo mundo sabe que se o país souber fazer educação de qualidade, também terá um ganho de produtividade”, complementou.
Correio Debate
O seminário Desafios 2023 — o Brasil que queremos reúne grandes especialistas, executivos, autoridades e integrantes da equipe de transição de governo para abordar as novidades e as transformações no próximo ano.
O formato do debate do Correio tem quatro painéis de discussão de temas que dominarão o cenário econômico do próximo ano: Responsabilidade fiscal e social, O crescimento passa pela infraestrutura, Educação: a sociedade quer ser ouvida e A saúde como fonte de sustentabilidade da nação. O encerramento do evento será feito pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).
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