A operação da Polícia Federal que investiga atos golpistas prendeu preventivamente quatro pessoas e cumpre 23 mandados de busca e apreensão no Espírito Santo, na manhã desta quinta-feira (15/12). Dois deputados estaduais do estado são alvos da operação, que acontece no âmbito do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) dos atos antidemocráticos.
Considerada a maior operação de busca e apreensão contra suspeitos de organizar atos antidemocráticos no país, a ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A Polícia Federal cumpre mais de 100 mandados de busca e apreensão contra apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) suspeitos de organizar atos golpistas, em todo o país. No Espírito Santo, a operação acontece na capital, Vitória, em Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim.
Os deputados estaduais do Espírito Santo, Carlos Von (DC) e Capitão Assumção (PL), estão entre os alvos de mandado de busca e apreensão. Os parlamentares comentaram a presença de agentes federais.
Carlos Von (DC), que não foi reeleito, diz não entender por que foi alvo e nega ter participado de atos antidemocráticos. Os policiais federais chegaram ao gabinete do parlamentar por volta de 7h.
Ao G1, ele disse que foi surpreendido com a ligação da segurança da Assembleia Legislativa, em Vitória, avisando da presença dos policiais na porta de seu gabinete. Von afirmou que, por morar em uma cidade vizinha, só estaria no local mais tarde e que o gabinete funciona a partir das 8h e por isso, ainda estava fechado.
"Pedi um assessor que fosse ao local abrir a porta. Só sei que levaram o meu computador. Eu nunca participei de nenhum ato, nunca fui a nenhuma manifestação justamente para não criar esse tipo de narrativa. Nunca me posicionei nas minhas redes sociais e nem mesmo na tribuna da Assembleia. Inclusive, nunca contestei nenhum resultado das eleições. Por isso não entendo por que meu nome está envolvido nisso. Vão ter que provar o que estão dizendo. Essa historinha não vai prosperar", disse o parlamentar ao G1.
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Já o Capitão Assumção (PL) usou as redes sociais para comentar a ação. Por volta das 9h da manhã, ele publicou uma foto em que aparece com uma tarja preta na boca e segura um papel branco escrito “censura”. No legenda, ele confirma ser alvo da operação da Polícia Federal.
"Urgente. PF na minha casa e no meu gabinete a mando de Alexandre de Moraes. Pratiquei o terrível crime de livre manifestação do pensamento. #OLadraoNaoVaiSubirARampa", disse na postagem. Em nota, a assessoria do deputado Capitão Assumção informou que recebeu com espanto a ação e que vai recorrer da decisão.
Armamento
Segundo o futuro ministro da Justiça do novo governo Lula, Flávio Dino, durante a operação da Polícia Federal foram encontradas várias armas, incluindo fuzis e rifles com lunetas, utilizado para disparos a longa distância. "Definitivamente, isso não é liberdade de expressão", disse o senador eleito.
Nas operações policiais contra atos antidemocráticos, determinadas pelo STF, foram encontradas várias armas (submetralhadora, fuzil, rifles com lunetas etc). Definitivamente isso não é “liberdade de expressão”.
— Flávio Dino ???????? (@FlavioDino) December 15, 2022
Operação
Na manhã desta quinta-feira (15), a Polícia Federal informou, por meio de nota, que cumpre mandados de busca e apreensão no estado, em desfavor de envolvidos em bloqueios de rodovias.
'"A Polícia Federal no Espírito Santo informa que, na data de hoje, cumpriu 23 mandados de busca e apreensão, 4 mandados de prisão preventiva e outras determinações de medidas diversas (nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim) determinadas pelo Exmo. Sr. Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Morais, nos autos do Inquérito 4.781/DF, em atendimento à representação da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Espírito Santo (PGJ/ES). As informações estão restritas à presente nota", diz a nota.
Além dos 28 mandados cumpridos no Espírito Santo, em Santa Catarina, por exemplo, são cumpridos mais 15 mandados.
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