Após afirmar que apoiadores de Jair Bolsonaro deveriam aceitar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) deu um passo atrás ao defender nesta quarta-feira (14/12) os atos antidemocráticos ocorridos pós-eleições. Em uma publicação nas redes sociais, o general caracterizou os eventos como um clamor legítimo e alegou que as urnas "permaneceram sem voto impresso e auditável". Porém o projeto de voto impresso já foi derrubado no Congresso e as urnas possuem mecanismos que possibilitam a auditagem.
Mourão rebateu ainda o título de atos antidemocráticos.
"O clamor das manifestações a que assistimos desde a proclamação do resultado das urnas, que permaneceram sem o voto impresso e auditável, é legítimo, por mais que muitos tenham tentado classificá-lo de 'antidemocrático'”, escreveu.
O clamor das manifestações a que assistimos desde a proclamação do resultado das urnas, que permaneceram sem o voto impresso e auditável, é legítimo, por mais que muitos tenham tentado classificá-lo de “antidemocrático”.
— General Hamilton Mourão (@GeneralMourao) December 14, 2022
Saiba Mais
- Política Bruno Dantas assume presidência do TCU em cerimônia com Lula, Moraes e Guedes
- Política Transição: "Será a posse com o maior número de chefes de Estado"
- Política Futuro governo retomará relações com América Latina e África, diz Mauro Vieira
- Política "Ainda tem muita gente para prender", diz Moraes em evento com ministros
Em coluna no jornal Estadão de hoje, ele também disse que os resultado das eleições presidenciais “efervesceu ainda mais o sentimento de injustiça e indignação de uma parcela considerável da população brasileira”.
O vice-presidente alegou que políticos apoiadores do chefe do Executivo sofrem com decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O fiel da balança da 'deusa' que posa sentada em Brasília, de olhos vendados e segurando uma espada, que deveria permanecer neutro, no ponto de equilíbrio, tem deslizado de forma suave, complacente e flexível para a esquerda e pendido de maneira severa, dura e pesada para a direita.”
"Quando o assunto é política e eleições, a deusa enxerga sob a venda, a balança fica desequilibrada e o martelo, que clama para ordem, respeito e silêncio, bate para um único lado", argumentou sem citar Jair Bolsonaro (PL) no texto.
Críticas ao PT
Lembrando a gestão de Michel Temer e a criação do teto de gastos, o general aproveitou para criticar os governos petistas anteriores. "Assumirá a condução do Brasil um governo de esquerda que já comandou o país por 14 anos e não deu certo, tendo afogado a Nação num mar de gastança e de corrupção."
Mourão finalizou defendendo novamente nos atos antidemocráticos, que vem tomando conta do país, sem citar diretamente os eventos da última segunda (12) e orientando apoiadores a permanecerem "firmes em sua convicção”. “Lancem mão dos instrumentos constitucionais que garantem os direitos de uma democracia cidadã, com efetiva participação popular, e jamais se esqueçam de que soberano é o povo”, finalizou.
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Newsletter
Assine a newsletter do Correio Braziliense. E fique bem informado sobre as principais notícias do dia, no começo da manhã. Clique aqui.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.