O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou o presidente Jair Bolsonaro incentiva a contestação do resultado da eleição presidencial e também "os ativistas fascistas que estão nas ruas". Nesta segunda-feira, 12, manifestantes queimaram ônibus e carros em Brasília, no mesmo dia que Lula foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral como presidente eleito, apto a tomar posse no dia 1° de janeiro.
"Todas as vezes que eu perdi, eu respeitei quem tinha ganho. Esse cidadão (Bolsonaro) até agora não reconheceu a sua derrota, continua incentivando os ativistas fascistas que estão na rua se movimentando. Ontem (segunda-feira, 12), ele recebeu esse pessoal no Palácio do Alvorada. Ele tem que saber que aquilo é um patrimônio público, não é dele, não é da mulher dele", disse Lula.
O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que Lula não foi exposto a risco, quando um grupo de apoiadores do presidente tentou invadir prédio da Polícia Federal em Brasília e causou tumulto no centro da capital, região onde Lula está hospedado.
"Esse cidadão continua incentivando gente a negar (o resultado das eleições). Ele segue o rito que todos os fascistas seguem no mundo. É importante a gente saber que eles fazem parte de uma organização de extrema-direita, que não existe apenas no Brasil", afirmou o petista.
"É uma figura anômala, irracional, sem coração, sem sentimentos" disse Lula, sobre Bolsonaro. "Ele está mostrando o que ele é agora. Eu perdi três eleições e nas três voltei para casa, lamentei, chorei e me preparei para ganhar a próxima", afirmou o presidente eleito.
'A palavra correta é estrago', diz Lula sobre diagnóstico da transição
"Eu acho que teremos a radiografia perfeita do estrago que foi feito neste país. E a palavra correta é estrago", disse Lula, sobre o diagnóstico feito pela equipe de transição.
Lula agradeceu nominalmente a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que integrou a equipe de transição. Durante a campanha, o entorno de Lula sugeria que Simone, uma aliada no segundo turno, teria espaço no governo para ocupar a pasta que desejasse. Recentemente, no entanto, os sinais são de que Simone pode não receber o ministério que deseja.
"Nunca o Estado brasileiro e suas instituições estiveram tão a serviço de um candidato, desde a proclamação da República", disse também Lula, ao repetir o que disse com frequência na campanha ao criticar o presidente Bolsonaro pelo uso da máquina pública na campanha eleitoral. Nesta terça, Lula definiu os gastos de Bolsonaro na campanha como "a farra do boi".
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