Contrariando as expectativas, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não anunciou formalmente o nome dos novos comandantes das Forças Armadas, mas, no fim da entrevista coletiva, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), o futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, confirmou que eles já foram definidos, seguindo o critério de antiguidade.
Os nomes já são conhecidos, conforme antecipou o Correio, mas só serão anunciados oficialmente na semana que vem, após uma reunião entre Monteiro e o atual ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, na segunda-feira (12).
Para o comando do Exército irá o general Júlio César de Arruda, atual chefe do Departamento de Engenharia e Construção. De perfil moderado, ele liderou o Comando Militar do Leste (que abrange as unidades do Exército no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Espírito Santo) e a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
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Na Marinha, deve ser nomeado o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, que, atualmente, ocupa o gargo de comandante de Operações Navais da Marinha. Ele é o segundo mais antigo da corporação, mas será nomeado porque o oficial mais velho, o almirante de esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, atual chefe do Estado-Maior da Armada, assumirá o posto de comandante do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
A Força Aérea Brasileira (FAB) será conduzida pelo tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, atual chefe do Estado-Maior da Aeronáutica. Como o Correio informou em primeira mão, há duas semanas, Damasceno mantém uma relação de muito respeito com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin.
Em abril de 2015, quando ocupava o cargo de governador de São Paulo, o político do PSB perdeu o filho caçula, Thomaz Rodrigues Alckmin, 31 anos, em um acidente de helicóptero na Grande São Paulo. O comandante do 4º Comar, na época, era o então major brigadeiro do ar Marcelo Damasceno, que prestou apoio ao gestor paulista na apuração das causas do acidente. “Ele foi muito solidário com a família do governador Alckmin”, confidenciou à reportagem um colega de farda do futuro comandante da FAB. “Damasceno é um excelente nome perante a tropa e tem perfil conciliador”, atestou o militar.
Transição "facílima"
José Múcio Monteiro disse que a transição de comando militar será “facílima, sai um entra outro”. “Quanto mais pacífica for (a transição), mais fácil para quem está saindo e para quem está entrando”.
Segundo o novo ministro, os nomes estão sendo indicados “da forma mais tradicional possível, sem invenção de ninguém”. “É a regra que a Marinha gosta, que o Exército gosta, que a Aeronáutica gosta”, declarou.
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