O desembargador federal Wilson Alves de Souza, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), suspendeu a compra de 98 blindados do modelo Centauro II, de fabricação italiana, feita pelo Exército brasileiro. A decisão é liminar, ou seja, provisória, e foi tomada em uma ação popular que questionou o valor da aquisição. O negócio seria concluído nesta segunda-feira (5/12), a menos de um mês do fim da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Exército tem atualmente 2 mil blindados. O valor da aquisição, segundo os militares, seria de R$ 3,3 bilhões. A peça apresentada ao desembargador, no entanto, destaca que o gasto pode chegar a R$ 5 bilhões. A peça também questiona o investimento nos veículos militares tendo em vista os cortes de R$ 5,7 bilhões no fim deste ano, que impactaram, entre outros setores, o pagamento de bolsas de estudos e paralisações de serviços em universidades.
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O desembargador também destacou que não havia emergência na aquisição dos blindados. "Ao que consta a todos, a única guerra que se está a enfrentar nesse momento é a travada contra a covid-19, que permanece e recrudesce no atual momento — e isso também é fato público e notório, a exigir mais investimentos em lugar de cortes, exatamente na área da saúde", escreveu.
"Evidente a falta de razoabilidade, desvio de finalidade, ilegalidade e até mesmo de elementar bom senso, pois outra classificação não há quando ao mesmo tempo em que se faz cortes de verbas da educação e da saúde por falta de dinheiro, se pretende comprar armas em tempos de paz", completou Souza.
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